“Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”, é a recomendação que Jesus deixa aos seus discípulos depois de ver a imensa multidão que andava fatigada e abatida, como ovelhas sem pastor. Jesus expressa este pedido a partir das suas entranhas, dos seus sentimentos de misericórdia, assumindo que é Deus e portanto não é indiferente à situação das gentes e dos homens.
Hoje, e certamente desde há muito, quando lemos esta passagem evangélica pensamos nos sacerdotes e nos consagrados, naqueles que consideramos de uma forma especial como os trabalhadores da seara do Senhor. E rezamos por eles, pedimos ao Senhor da seara que mande trabalhadores. É urgente que o façamos.
Mas não podemos ficar apenas aqui, digamos que neste pedido urgente de trabalhadores especializados, temos que assumir que cada um de nós como membro vivo de uma comunidade, pedra da construção que é a Igreja está convidado a assumir a sua função, a desempenhar o seu labor, a ser trabalhador na seara do Senhor.
Assim temos que pedir ao Senhor pelos sacerdotes e consagrados, mas também pelos catequistas e animadores de jovens, pelos sacristães e zeladoras, pelos que dirigem os nossos coros e aqueles que emprestam as suas vozes para a beleza da liturgia, por aqueles que assistem aos mais pobres e os que visitam os que estão doentes.
E se já não eram poucos pelos que tínhamos que pedir, não podemos esquecer, hoje mais que nunca, aqueles que trabalham nas fronteiras da nossa cultura religiosa cristã, os escritores, os poetas, os realizadores e os artistas, os técnicos de informática e os desenhadores de páginas de Internet que num mundo novo e em construção necessitam da nossa oração.
E os “anónimos”, aqueles que no seu quotidiano, no seu mundo profissional tentam dar um toque cristão às diversas tarefas que realizam, muitas delas tão necessitadas de justiça e de verdade, de misericórdia e amor para poderem ser verdadeiramente humanas e construtoras de humanidade.
A seara é afinal muito grande e diversificada e nenhum de nós tem razão para desculpar-se que não pode fazer nada. Há um mundo de trabalho a realizar, basta querer.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarQue simples e oportuna meditação. Que importante ter uma visão ampla da vida tal como ela é, saber olhar para além da “casa”, da linha do horizonte. Se me permite, lembrava também os não crentes, orando pela sua conversão, e valorizando também o seu quotidiano, no seu mundo profissional, relacional, contribuem também para a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Obrigada por nos fazer reflectir e abrir novos horizontes.
Que Jesus o encoraje na concretização do testemunho cristão. Bem haja. MJS
Frei José Carlos,
ResponderEliminarÉ um belo texto na forma e no conteúdo: ninguém se sente excluído da seara do Senhor.
GVA