João Heer nasceu na Alemanha nos meados do século XVI. Filho da Província Dominicana da Teutónia, viveu os seus primeiros anos como religioso no convento de Colónia, do qual adquiriu o apelido, e onde se destacou pela sua virtude e formação.
Em 1572, num momento em que o movimento calvinista atingia grandes vitórias na zona da actual Holanda, frei João Heer foi viver para Hornaer com o objectivo de ajudar os católicos que ali sofriam dura perseguição por parte dos calvinistas. Aí exerceu a sua missão de dominicano e pregador como pároco.
Foi detido pelos calvinistas no momento em que celebrava o baptizado de uma criança recém nascida na cidade de Gorkum, e depois de várias vezes e secretamente ter prestado assistência espiritual e ministrado os sacramentos aos religiosos e sacerdotes locais que entretanto tinham sido presos.
No dia 8 de Julho o Príncipe de Orange, Guilherme o Silencioso, enviou uma carta ao Conde Lumey, comandante das chamadas Watergeuzen, guardas dos mares, que tinham conquistado a cidade de Gorkum, para que libertasse todos os religiosos e sacerdotes detidos.
Não satisfeito com a decisão e ordem do Príncipe, o comandante Lumey com as suas tropas recolheu todos os detidos e encaminhou-os para a cidade de Brielle do Mosa, no sul da Holanda, onde a 9 de Julho de 1572, fora dos muros da cidade, num velho moinho, enforcou frei João Heer juntamente com mais outros dezoito religiosos e presbíteros provenientes na sua maioria da cidade de Gorkum. Depois de enforcados os seus corpos foram esquartejados.
Todos eles foram mortos por causa das doutrinas católicas sobre a presença real na Eucaristia e o primado do Pontífice Romano, que se recusaram a abjurar como desejavam os seus algozes. Clemente X beatificou-os em 24 de Novembro de 1675 e Pio IX canonizou-os a 29 de Junho de 1867.
Iconograficamente São João de Colónia é habitualmente apresentado com o hábito dominicano, uma corda ao pescoço, instrumento do seu martírio, segurando uma píxide, simbolo da Eucaristia, ou a palma do martírio.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarObrigada por esta partilha sobre os Santos Dominicanos. Este texto faz-me reflectir sobre a brutalidade do ser humano. Infelizmente não é um texto histórico. O contexto histórico é diferente, os números são diferentes, mas não precisamos recuar muito para sabermos que as perseguições continuam e tomamos conhecimento de factos semelhantes no século que vivemos ou no século passado. Interrogo-me sobre os milhares de pessoas que vivem em países aonde não existe liberdade religiosa e politica.
Não consigo avaliar o sacrifício infligido a tantos milhares de católicos, religiosos e sacerdotes que sofreram para que a humanidade possa, hoje, desfrutar do testemunho de Jesus.
Digo em silêncio que não sou merecedora, muitas vezes, da graça divina. Não sei valorizar e aproveitar a oportunidade de viver num lugar e num tempo em que posso praticar a religião que professo.
Bem haja Frei José Carlos por esta partilha histórica que nos faz reflectir sobre o presente e o futuro.
Que Jesus o proteja e abençoe. MJS
Bom dia frei José Carlos,
ResponderEliminarS. João de Colónia, um filho de S. Domingos, de vida santificada pelo culto da virtude, de consagração a Deus e doação ao próximo. Cingido pela coroa do martírio, ficou-nos como exemplo da entrega de Jesus por nós, da Sua presença diária na Eucaristia. Que seja mais um companheiro na nossa caminhada de leigos, pedindo-lhe que nos ajude sempre a dar a cara por Ele, quaisquer que sejam as circunstâncias da vida.
Tenha um bom fim de semana,
GVA