Jesus estava no templo
a ensinar e trazem-lhe uma mulher, dizem os escribas e fariseus seus acusadores
que apanhada em flagrante delito de adultério.
É uma armadilha para
ver se apanham Jesus, se lhe encontram mais matéria para o poderem acusar, para
fundamentar a trama que se concebe no segredo para o eliminar.
Jesus percebe a
intenção e sem grandes declarações, sem entrar em discussões teológicas ou morais
começa a escrever no chão, reenviando aqueles homens acusadores ao seu próprio
crime e pecado. Afinal estavam a servir-se da mulher para o apanhar a ele em
flagrante, há má intenção no que pretendem.
Saindo um após outro
deixam a mulher sozinha com Jesus, os que a tinham trazido presa abrem-lhe uma
porta de saída, oferecem-lhe sem o saber uma oportunidade de futuro e de
esperança.
Ninguém te condenou,
perguntou Jesus; e face à resposta negativa da mulher, diz-lhe, vai que eu
também não te condeno.
Vai, pequena palavra,
uma ordem simples, mas cheia de força e de futuro, plena de liberdade e
confiança. Vai, é ainda hoje a ordem que Jesus nos dá. Vai e faz o bem, não
voltes a pecar.
Que confiança que o
Senhor deposita em nós, e que paz habita o nosso coração quando ouvimos esta
palavra de Jesus. Não necessitamos temer, não ficamos presos, não nos tornamos
escravos.
Podemos ir, o Senhor
confia em nós, como o pai da parábola do filho pródigo não teme confiar-nos os
seus bens, o seu património, a vida nova da graça. O seu amor por nós é imenso.
Senhor, que eu não
tema abeirar-me de ti nesta Quaresma, de pedir-te perdão das minhas faltas. Também
tu me vais dizer pela voz do sacerdote, vai em paz. Vais abrir-me um futuro, uma
esperança nova de que a minha vida pode ser diferente, pode ser melhor.
Senhor, que eu vá até
ti cheio de confiança!
“Jesus e a pecadora”, de Andrey Mironov.
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