É diante de um templo
ornado das mais belas pedras, construído com orgulho, que Jesus declara que
nada ficará de pé, que nada se aguentará, que tudo será destruído.
Podemos imaginar a
surpresa, o espanto e até o escândalo dos discípulos e de todos os que o
ouviam. Aquele templo era uma grande obra, feita com o melhor que a terra podia
oferecer e o engenho humano podia conceber.
Diante destas palavras
de Jesus podemos perguntar-nos se Jesus é afinal mais um profeta das desgraças
como tantos outros que se apresentaram ao longo da história e ainda hoje se
apresentam àqueles que os querem ouvir.
Mas a verdade é que
Jesus se apresenta nesta sua profecia, nesta profecia da destruição do templo
de Jerusalém, como um guia precioso, como alguém que vem indicar um outro fim,
uma outra possibilidade para o homem, assim ele esteja disposto a acolhê-la.
A profecia de Jesus
sobre a destruição do templo faz-nos passar do templo e da Jerusalém terrestre
para o templo e a Jerusalém celeste, faz-nos passar da precariedade e finitude
de todas as realidades deste mundo para aquelas mesmas realidades que são
eternas.
Estamos assim diante
de um apelo a uma conversão, a uma profunda transformação das nossas realidades
e da forma como lidamos com elas. Tudo é passageiro e provisório, este mundo e
esta história constituem-se de finitude.
Neste processo de
transformação necessitamos antes de mais de converter o nosso olhar, perceber
como diz a raposa ao Principezinho de Saint-Exupéry que “o essencial é invisível
aos olhos”, que as realidades pequenas e tantas vezes imperceptíveis, reconhecidas
e valorizadas, são aquelas mesmas que dão sentido e mudam a vida.
Por outro lado, esta
conversão do olhar repercute-se também no horizonte existencial, no termo final
em que fixamos os nossos olhos e a partir do qual olhamos também as outras
realidades. Alguém que olha o amor de Deus na eternidade não pode deixar de
olhar de forma amorosa as diversas realidades que povoam o seu quotidiano e a
sua vida.
Procuremos pois
purificar o nosso olhar, dar-lhe um novo prisma, e seguir aquele que se
apresentou como a Luz, a verdadeira luz para a humanidade, nós que tantas vezes
andamos às escuras como cegos.
Caro Frei José Carlos,
ResponderEliminarBem-haja por recordar-nos que ...” Alguém que olha o amor de Deus na eternidade não pode deixar de olhar de forma amorosa as diversas realidades que povoam o seu quotidiano e a sua vida.”…
Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação que faz-nos reflectir sobre o nosso quotidiano, meditando nas palavras profécticas de Jesus que são …”um apelo a uma conversão, a uma profunda transformação das nossas realidades e da forma como lidamos com elas. Tudo é passageiro e provisório, este mundo e esta história constituem-se de finitude, como nos afirma”.
Saibamos aceitar o convite que nos faz e “Procuremos pois purificar o nosso olhar, dar-lhe um novo prisma, e seguir aquele que se apresentou como a Luz, a verdadeira luz para a humanidade, nós que tantas vezes andamos às escuras como cegos.”
Que o Senhor o abençoe e o proteja.
Bom descanso.
Um abraço fraterno e amigo,
Maria José Silva
Obrigado, frei José Carlos,por esta chamada de atenção para as realidades pequenas e imperceptíveis que mudam a nossa vida e nos fazem olhar, com novos olhos, as outras realidades.
ResponderEliminarInter Pars
Frei José Carlos, bom dia.
ResponderEliminarGrata pelo apelo à conversão do nosso olhar, convidando-nos a observar e a viver com amor a realidade das nossas vidas, alegro-me por me aperceber que o autor destas palavras nos transmite o seu bem estar espiritual e a alegria da sua existência. Que Deus continue a acompanhar todos os seus passos.
Um abraço amigo,
GVA