Eis o homem! É assim que Pilatos apresenta Jesus aos príncipes dos sacerdotes e escribas, à multidão em fúria, àqueles mesmos que o tinham entregue para ser condenado à morte. Sem piedade nem compaixão é apresentado como nunca ninguém o tinha visto, como um verme, esmagado pela violência e a brutalidade dos carrascos.
Eis o homem! E eles sabem que é o homem, o mesmo homem que tinham conhecido em criança interrogando-os e ensinando-os no templo, o mesmo homem que tinha mandado o paralítico andar com a sua enxerga num sábado, o mesmo homem que um dia tinha feito um chicote de cordas e num acesso de zelo tinha expulsado os vendilhões do templo, o mesmo homem que eles tinham adquirido por trinta moedas de prata. Mas como estava desfigurado, como estava irreconhecível, sem beleza nem poder para atrair qualquer olhar.
Eis o homem! O homem filho e descendente da desobediência de Adão, esse homem desfigurado pela paixão e pelo desejo de querer ser Deus, o homem que não quis ser criatura, o homem que matou o seu irmão por ciúme, que derramou o sangue dos seus irmãos pelo poder e pela vaidade de ser reconhecido, o homem que procura a luz em si mesmo e nas suas forças esquecendo-se como é breve e frágil a sua existência.
Eis o homem! O homem desfigurado pelas nossas fraquezas e paixões, pelos nossos desejos de domínio sobre o outro, o homem vendido como mercadoria, explorado até à exaustão, esquecido na solidão dos seus lares ou nas camas do sofrimento. Eis-nos todos ali representados, a nossa condição humana com tudo o que tem de lodo e pó da terra.
Eis o Homem! O verdadeiro homem, aquele que estamos chamados a ser, o homem que se reconhece filho de Deus, que sabe a herança que lhe pertence, que sabe quem é e decide sobre a sua vida.
Eis o Homem! O homem que diz àquele que se julga com poder sobre a sua vida “não terias poder algum sobre mim se não te tivesse sido dado”, o homem que diz “a minha vida sou eu que a dou não é ninguém que ma tira. Este é o homem, o verdadeiro, aquele que tem poder de dar a sua vida e tomá-la de volta.
Eis o Homem! O homem que se sabe Filho de Deus e por isso no momento final pode dizer “Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito”, o homem que vive em intimidade com o Pai e Deus e por isso diz aos seus amigos que ele e o Pai são um, vivem em intima comunhão e nada mais querem que todos os homens vivam a mesma comunhão entre si e com eles.
Eis o Homem! O homem que é templo de Deus e por isso entrega o seu corpo para ser destruído porque passado três dias esse mesmo templo será reconstruído, será resgatado da sua condição arruinada e será glorificado. O corpo que ainda que neste momento esteja a ser apresentado e trocado como mercadoria, como acontecerá com tantos outros corpos idolatrados e vendidos, é o único modo de nos constituirmos como pessoas e nos relacionarmos com os outros e com o totalmente Outro, é o verdadeiro e único templo de Deus.
Eis o homem! E com ele, e esta apresentação pública, a pergunta já feita em conversa amena com os seus amigos, “ e vós quem dizeis que eu sou?”. Quem é este homem para cada um de vós?
Eis o homem! E eles sabem que é o homem, o mesmo homem que tinham conhecido em criança interrogando-os e ensinando-os no templo, o mesmo homem que tinha mandado o paralítico andar com a sua enxerga num sábado, o mesmo homem que um dia tinha feito um chicote de cordas e num acesso de zelo tinha expulsado os vendilhões do templo, o mesmo homem que eles tinham adquirido por trinta moedas de prata. Mas como estava desfigurado, como estava irreconhecível, sem beleza nem poder para atrair qualquer olhar.
Eis o homem! O homem filho e descendente da desobediência de Adão, esse homem desfigurado pela paixão e pelo desejo de querer ser Deus, o homem que não quis ser criatura, o homem que matou o seu irmão por ciúme, que derramou o sangue dos seus irmãos pelo poder e pela vaidade de ser reconhecido, o homem que procura a luz em si mesmo e nas suas forças esquecendo-se como é breve e frágil a sua existência.
Eis o homem! O homem desfigurado pelas nossas fraquezas e paixões, pelos nossos desejos de domínio sobre o outro, o homem vendido como mercadoria, explorado até à exaustão, esquecido na solidão dos seus lares ou nas camas do sofrimento. Eis-nos todos ali representados, a nossa condição humana com tudo o que tem de lodo e pó da terra.
Eis o Homem! O verdadeiro homem, aquele que estamos chamados a ser, o homem que se reconhece filho de Deus, que sabe a herança que lhe pertence, que sabe quem é e decide sobre a sua vida.
Eis o Homem! O homem que diz àquele que se julga com poder sobre a sua vida “não terias poder algum sobre mim se não te tivesse sido dado”, o homem que diz “a minha vida sou eu que a dou não é ninguém que ma tira. Este é o homem, o verdadeiro, aquele que tem poder de dar a sua vida e tomá-la de volta.
Eis o Homem! O homem que se sabe Filho de Deus e por isso no momento final pode dizer “Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito”, o homem que vive em intimidade com o Pai e Deus e por isso diz aos seus amigos que ele e o Pai são um, vivem em intima comunhão e nada mais querem que todos os homens vivam a mesma comunhão entre si e com eles.
Eis o Homem! O homem que é templo de Deus e por isso entrega o seu corpo para ser destruído porque passado três dias esse mesmo templo será reconstruído, será resgatado da sua condição arruinada e será glorificado. O corpo que ainda que neste momento esteja a ser apresentado e trocado como mercadoria, como acontecerá com tantos outros corpos idolatrados e vendidos, é o único modo de nos constituirmos como pessoas e nos relacionarmos com os outros e com o totalmente Outro, é o verdadeiro e único templo de Deus.
Eis o homem! E com ele, e esta apresentação pública, a pergunta já feita em conversa amena com os seus amigos, “ e vós quem dizeis que eu sou?”. Quem é este homem para cada um de vós?
Frei José Carlos,
ResponderEliminarQuem é este homem para cada um de "nós"? É legítimo fazer esta pergunta e fazer minhas as palavras do irmão, Frei José Carlos?
... " o homem que vive em intimidade com o Pai e Deus e por isso diz aos seus amigos que ele e o Pai são um, vivem em intima comunhão e nada mais querem que todos os homens vivam a mesma comunhão entre si e com eles."
..."O homem que se sabe Filho de Deus e por isso no momento final pode dizer “Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito” ".
..."O homem que é templo de Deus".
Mas lembra-nos também que todos estamos Nele representados, a nossa condição humana, na sua vulnerabilidade, nas suas fragilidades.
Bem haja por esta partilha. MJS
Frei José Carlos,
ResponderEliminarTive dificuldade em enviar o comentário e surgiu uma mensagem que, entre outras coisas, assinalava que não tinha sido possível enviar o comentário.
Fiz novo comentário (e não se escreve duas vezes da mesma forma...) e tentei enviar, e eis que surgem os dois comentários que são muito semelhantes inevitavelmente. Peço desculpa. Não sei como eliminar um deles.MJS
Boa noite Maria José
ResponderEliminarNão há qualquer problema em ficarem os dois comentários, são a expressão de que a técnica de que nos servimos e tanto nos facilita a vida não é perfeita.
Aproveito para agradecer os comentários e os elogios pela celebração de ontem. Muito obrigado e votos de continuação de uma vivência muito rica nesta caminhada para a Páscoa.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarFaz para mim ainda mais sentido, após a leitura do seu texto, de que é nossa obrigação cuidar do que nos foi dado, o sacrário onde Ele vive em cada um de nós.
E quem é para nós este Homem? Questão geradora de silêncio, de introspecção, de constatação do que há de bom em nós, de vivência em consonância com o bem e o belo...
Não desista de nos questionar.
GVA