Foi em Fromista, uma pequena cidade da Terra de Campos, Palência, Espanha, que nasceu Pedro Gonçalves. Educado por um tio na cidade de Palência, aí fez os estudos gerais na mesma universidade que anos antes São Domingos de Guzman tinha frequentado.
Ordenado presbítero pelo tio bispo rapidamente se viu instituído do título de Deão da catedral da cidade, ainda que a idade não garantisse a maturidade necessária para tal ofício. Razão pela qual no dia da tomada de posse, depois de todas as diligências junto de Roma para garantir benefícios e rendimentos, passeou pela cidade com a maior pompa e vaidade.
Foi neste passeio pomposo que a graça divina fez a sua intervenção, pois uma queda do cavalo num charco de lama, e a humilhação consequente, levou-o a abandonar todas as dignidades de que tinha sido instituído e a procurar o pobre convento dos dominicanos que há poucos anos se tinha fundado na cidade.
Foi a surpresa geral para todos os que o conheciam ver a sua austeridade de vida, a sua pobreza, a oração constante e o estudo da Sagrada Escritura a que de novo se dedicava com afinco. Rapidamente se dedicou à pregação colhendo nas regiões de Castela, Galiza e norte de Portugal os frutos desse trabalho.
Devido à sua virtude e fama de pregador foi escolhido por Fernando III de Castela para acompanhar os exércitos reais numa campanha militar a Sevilha e Córdova. Terminada a campanha regressou à Galiza onde continuou a desenvolver a sua missão de pregador. Residindo no Convento de Santiago de Compostela percorria toda a região pregando e administrando os sacramentos. Foi em Tuy que terminou os seus dias.
Conta a tradição que “passado o dia de Páscoa caiu enfermo, e conhecendo ser esta a última doença, quis retirar-se ao Convento de Compostela, porque ainda o não tinhamos em Tuy. Principiou a jornada, mas tendo andado pouco caminho lhe faltaram de todo as forças, e vendo que não podia passar adiante, disse ao companheiro: ‘Filho já conheço ser vontade de Deus, que os meus trabalhos tenham fim nesta cidade, donde saímos, convém voltarmos a ela’. Voltaram para Tuy e agravando-se o mal pediu os sacramentos que recebeu com grande devoção. Chamou depois o hóspede, que o tinha em casa e disse-lhe: ‘Irmão, o piedoso Senhor, que nos dá sempre mais do que nós merecemos, quer pagar-me com prémio eterno estas pequenas fadigas. É vontade sua que eu morra nesta cidade porque me quer fazer protector dela. Quisera também pagar-vos a caridade que tendes usado comigo. Mas que pode dar-vos um pobre religioso? Tomai este meu cingidoiro e guardai-o que um dia vos servirá’. Feita esta diligência pôs os olhos em uma imagem de Cristo que tinha nos braços e entre afectuosos colóquios lhe entregou a alma no oitavo dia da Páscoa de 1246. Foi o seu corpo sepultado na igreja Catedral onde até ao presente está em sumptuoso sepulcro que o famoso historiador e bispo da mesma Sé D. Lucas lhe mandou fabricar, pela grande devoção que lhe tinha.”[1] Bonita capela que ainda hoje se encontra na catedral.
[1] LIMA, Frei Manuel de – Agiológio Dominico, Tomo II, Lisboa, Oficina de António Pedrozo Galrram, 1710, 71.
Ordenado presbítero pelo tio bispo rapidamente se viu instituído do título de Deão da catedral da cidade, ainda que a idade não garantisse a maturidade necessária para tal ofício. Razão pela qual no dia da tomada de posse, depois de todas as diligências junto de Roma para garantir benefícios e rendimentos, passeou pela cidade com a maior pompa e vaidade.
Foi neste passeio pomposo que a graça divina fez a sua intervenção, pois uma queda do cavalo num charco de lama, e a humilhação consequente, levou-o a abandonar todas as dignidades de que tinha sido instituído e a procurar o pobre convento dos dominicanos que há poucos anos se tinha fundado na cidade.
Foi a surpresa geral para todos os que o conheciam ver a sua austeridade de vida, a sua pobreza, a oração constante e o estudo da Sagrada Escritura a que de novo se dedicava com afinco. Rapidamente se dedicou à pregação colhendo nas regiões de Castela, Galiza e norte de Portugal os frutos desse trabalho.
Devido à sua virtude e fama de pregador foi escolhido por Fernando III de Castela para acompanhar os exércitos reais numa campanha militar a Sevilha e Córdova. Terminada a campanha regressou à Galiza onde continuou a desenvolver a sua missão de pregador. Residindo no Convento de Santiago de Compostela percorria toda a região pregando e administrando os sacramentos. Foi em Tuy que terminou os seus dias.
Conta a tradição que “passado o dia de Páscoa caiu enfermo, e conhecendo ser esta a última doença, quis retirar-se ao Convento de Compostela, porque ainda o não tinhamos em Tuy. Principiou a jornada, mas tendo andado pouco caminho lhe faltaram de todo as forças, e vendo que não podia passar adiante, disse ao companheiro: ‘Filho já conheço ser vontade de Deus, que os meus trabalhos tenham fim nesta cidade, donde saímos, convém voltarmos a ela’. Voltaram para Tuy e agravando-se o mal pediu os sacramentos que recebeu com grande devoção. Chamou depois o hóspede, que o tinha em casa e disse-lhe: ‘Irmão, o piedoso Senhor, que nos dá sempre mais do que nós merecemos, quer pagar-me com prémio eterno estas pequenas fadigas. É vontade sua que eu morra nesta cidade porque me quer fazer protector dela. Quisera também pagar-vos a caridade que tendes usado comigo. Mas que pode dar-vos um pobre religioso? Tomai este meu cingidoiro e guardai-o que um dia vos servirá’. Feita esta diligência pôs os olhos em uma imagem de Cristo que tinha nos braços e entre afectuosos colóquios lhe entregou a alma no oitavo dia da Páscoa de 1246. Foi o seu corpo sepultado na igreja Catedral onde até ao presente está em sumptuoso sepulcro que o famoso historiador e bispo da mesma Sé D. Lucas lhe mandou fabricar, pela grande devoção que lhe tinha.”[1] Bonita capela que ainda hoje se encontra na catedral.
[1] LIMA, Frei Manuel de – Agiológio Dominico, Tomo II, Lisboa, Oficina de António Pedrozo Galrram, 1710, 71.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarO Beato Pedro Gonçalves soube entender a intervenção da graça divina naquele incidente que transformou a sua vida faustosa numa vida de humildade, de oração constante, de estudo afincado da Sagrada Escritura.
Assim Deus nos ajude a valorizar os incidentes da nossa vida e a entendê-los como chamamento para uma caminhada de verdadeiros cristãos.
Tenha uma santa noite.
GVA
Frei José Carlos,
ResponderEliminarObrigada por esta partilha sobre a vida de um Santo Dominicano. É importante conhecer os bons exemplos para nos servirem de referência, do caminho a seguir. É este o exemplo do Beato Pedro Gonçalves. ..."Foi a surpresa geral para todos os que o conheciam ver a sua austeridade de vida, a sua pobreza, a oração constante e o estudo da Sagrada Escritura a que de novo se dedicava com afinco. Rapidamente se dedicou à pregação colhendo nas regiões de Castela, Galiza e norte de Portugal os frutos desse trabalho".
Que Deus nos ilumine nas decisões a tomar e nos fortaleça para que possamos agir de forma coerente com o que dizemos e/ou pensamos ser. Bem haja. MJS