Cinzas, pó fino e negro, restos das palmas de domingo de Ramos, que chegam até nós cada ano, cada quarta-feira em que iniciamos a Quaresma. Depois delas quarenta dias de caminhada de conversão até à Páscoa da ressurreição do Senhor.
Cinzas, o que resta do fogo que devorou os ramos já secos que acolheram e saudaram o Senhor Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém.
Cinzas do que foi alegria e festa, exaltação enlouquecida por uma esperança de revolta. Cinzas de um equívoco porque o aclamado não era um guerreiro mas manso cordeiro.
Cinzas, pó e poeira, levados no vento para longe, dispersos no vazio.
Cinzas, o pó que no final resta do culminar dos nossos corpos em cadáveres.
Cinzas, pó que os penitentes colocam sobre as suas cabeças como sinal de conversão.
Cinzas, pó que nos leva e nos traz memórias do que ardeu nas nossas vidas e no nosso coração.
Cinzas, pó que resta do nosso pouco amor, pó das nossas almas empedernidas na sua auto-satisfação, olvidadas da luz que brilhou para elas.
Cinzas, fina poeira que cobre o carvão ainda ardente, encarnado fogo, que teima apesar do peso do cinzento em manter a chama acesa, em aquecer essa mesma cinza fria.
Que venha o vento leste que despedaça as naus de Tarsis, que venha com toda a sua força e o seu ímpeto, que levante estas cinzas, que as leve para bem longe e as disperse pelos quatro cantos do mundo.
Que venha o vento e ateie a brasa que teima em manter-se viva, em manter-se vermelho encarnado, que o vento sopre e incendeie, e nesse fogo novo se devorem todas as escórias que há em nós.
Que venha o vente e ateie o fogo para purificar a nossa vida tal como a prata é purificada no crisol.
São quarenta dias, de caminhada, de possibilidade de o vento chegar e despertar o fogo.
Cinzas, o que resta do fogo que devorou os ramos já secos que acolheram e saudaram o Senhor Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém.
Cinzas do que foi alegria e festa, exaltação enlouquecida por uma esperança de revolta. Cinzas de um equívoco porque o aclamado não era um guerreiro mas manso cordeiro.
Cinzas, pó e poeira, levados no vento para longe, dispersos no vazio.
Cinzas, o pó que no final resta do culminar dos nossos corpos em cadáveres.
Cinzas, pó que os penitentes colocam sobre as suas cabeças como sinal de conversão.
Cinzas, pó que nos leva e nos traz memórias do que ardeu nas nossas vidas e no nosso coração.
Cinzas, pó que resta do nosso pouco amor, pó das nossas almas empedernidas na sua auto-satisfação, olvidadas da luz que brilhou para elas.
Cinzas, fina poeira que cobre o carvão ainda ardente, encarnado fogo, que teima apesar do peso do cinzento em manter a chama acesa, em aquecer essa mesma cinza fria.
Que venha o vento leste que despedaça as naus de Tarsis, que venha com toda a sua força e o seu ímpeto, que levante estas cinzas, que as leve para bem longe e as disperse pelos quatro cantos do mundo.
Que venha o vento e ateie a brasa que teima em manter-se viva, em manter-se vermelho encarnado, que o vento sopre e incendeie, e nesse fogo novo se devorem todas as escórias que há em nós.
Que venha o vente e ateie o fogo para purificar a nossa vida tal como a prata é purificada no crisol.
São quarenta dias, de caminhada, de possibilidade de o vento chegar e despertar o fogo.
Vem vento fogo e arde em nós!
Frei José Carlos,
ResponderEliminarQue bela partilha. Trata-se de um excelente texto para meditar nesta caminhada de quarenta dias de meditação, conversão e prática até à Páscoa da ressurreição do Senhor Jesus. ..." São quarenta dias, de caminhada, de possibilidade de o vento chegar e despertar o fogo.
Vem vento fogo e arde em nós!" Bem haja! MJS
Frei José Carlos,
ResponderEliminarEsta mensagem poética em que dá às cinzas a força da chama de transformação, leva-nos a uma interiorização da mudança que se deseja recíproca e universal para que dê fruto.
Que o desânimo não se apodere de nós nestes quarenta dias.Que a luz da Caridade nos indique o caminho.
Tenha uma santa noite.
GVA
Frei José. Salve Maria!
ResponderEliminarEscrevo-lhe do Brasil e tenho grande apreço pela Ordem Dominicana!
Seu blog é excelente e por isso quero consignar-lhe meus mais sinceros cumprimentos por nos ofertar as perfumadas florinhas da espiritualidade da nobre família de São Domingos!
Gostaria muito de poder corresponder-me consigo, se assim me permitir.
Será que poderias postar algum texto que explique o Rito Dominicano e suas características?
Ah, acaso existe alguma edição da Vida de São Domingos, de autoria do Padre Lacordaire em Língua Portuguesa? Desejaria muito poder ler esta obra, mas infelizmente só encontrei em francês e não domino a língua de Bernanos.
Agradeço qualquer informação e a oportunidade de corresponder-me consigo.
Muitas graças neste Tempo da Quaresma é o que lhe desejo!
Abraços
Rodrigo Ruiz