“Pedi e dar-se-vos-á” são as palavras com que se inicia o Evangelho desta quinta-feira da primeira semana da Quaresma. São palavras do Evangelho de São Mateus e estão intrinsecamente relacionadas com a oração, oração que pouco antes Jesus tinha ensinado aos seus discípulos. Se pedirmos coisas boas Deus conceder-nos-á essas coisas boas que pedimos, porque Deus quer verdadeiramente que sejamos felizes.
Paralelamente, se olharmos para as nossas relações humanas, sobre as quais na sua beleza e verdade, na sua grandeza, se funda a relação com Deus, encontramos também esta mesma realidade. Quando pedimos alguma coisa a alguém, e se é para o nosso bem, esse alguém concede-nos o que lhe pedimos. Portanto o que pedimos acaba por nos ser dado, ainda que às vezes esta lógica não seja assim tão clara nem tão linear.
Mas se isso acontece é porque há algo nas nossas relações que não está bem, há uma falha de confiança e por isso não ousamos pedir nem ousamos oferecer. Porque em qualquer de um dos papeis, oferecer ou pedir, é extremamente importante a nossa humildade, a nossa capacidade de nos assumirmos necessitados, carentes, e por outro lado com capacidade de ajudar e socorrer, mas sempre desde que não seja da realidade da violação, desde que não seja por superioridade, por afirmação de posse e autoridade.
Pede quem é humilde, recebe quem é humilde, mas também só quem é humilde pode dar. Estamos no mesmo patamar, no mesmo nível de reconhecimento da necessidade, minha, do outro e nossa. Todos somos ser frágeis e necessitados.
Na nossa relação com Deus não podemos passar ao lado deste esquema porque só na medida em que nos reconhecemos humildes necessitados, fracos e carentes é que Deus pode vir em socorro das nossas necessidades, e das nossas necessidades expressas.
Este tempo da Quaresma abre-nos esta possibilidade de nos revelarmos e assumirmos frágeis e de humildemente expressarmos as nossas necessidades a Deus, como um filho amado as expressa ao Pai que ama.
Paralelamente, se olharmos para as nossas relações humanas, sobre as quais na sua beleza e verdade, na sua grandeza, se funda a relação com Deus, encontramos também esta mesma realidade. Quando pedimos alguma coisa a alguém, e se é para o nosso bem, esse alguém concede-nos o que lhe pedimos. Portanto o que pedimos acaba por nos ser dado, ainda que às vezes esta lógica não seja assim tão clara nem tão linear.
Mas se isso acontece é porque há algo nas nossas relações que não está bem, há uma falha de confiança e por isso não ousamos pedir nem ousamos oferecer. Porque em qualquer de um dos papeis, oferecer ou pedir, é extremamente importante a nossa humildade, a nossa capacidade de nos assumirmos necessitados, carentes, e por outro lado com capacidade de ajudar e socorrer, mas sempre desde que não seja da realidade da violação, desde que não seja por superioridade, por afirmação de posse e autoridade.
Pede quem é humilde, recebe quem é humilde, mas também só quem é humilde pode dar. Estamos no mesmo patamar, no mesmo nível de reconhecimento da necessidade, minha, do outro e nossa. Todos somos ser frágeis e necessitados.
Na nossa relação com Deus não podemos passar ao lado deste esquema porque só na medida em que nos reconhecemos humildes necessitados, fracos e carentes é que Deus pode vir em socorro das nossas necessidades, e das nossas necessidades expressas.
Este tempo da Quaresma abre-nos esta possibilidade de nos revelarmos e assumirmos frágeis e de humildemente expressarmos as nossas necessidades a Deus, como um filho amado as expressa ao Pai que ama.
Frei José Carlos,
ResponderEliminar"Pedir e Receber". Que bela lição de verdade e de humildade. As palavras que decidiu partilhar connosco são uma grande lição. Que excelente "pregação" neste tempo de Quaresma para reflectir ..."Porque em qualquer de um dos papeis, oferecer ou pedir, é extremamente importante a nossa humildade, a nossa capacidade de nos assumirmos necessitados, carentes, e por outro lado com capacidade de ajudar e socorrer, mas sempre desde que não seja da realidade da violação, desde que não seja por superioridade, por afirmação de posse e autoridade.Pede quem é humilde, recebe quem é humilde, mas também só quem é humilde pode dar". Que o desejo que formula se faça realidade e consigamos revelar a Deus, humildemente as nossas fragilidades e necessidades. Que bom ter tido oportunidade de poder usufruir deste maravilhoso texto, depois de um longo dia de trabalho, para conforto espiritual. Muito obrigada. Bem haja. MJS
Frei José Carlos,
ResponderEliminarCreio veementemente que Deus nos quer ver felizes, que escuta as nossas preces e que nos concede o que necessitamos. Transmitem-nos as suas palavras uma espiritual serenidade.Porém, põe-se-me a dúvida de se a felicidade que Ele nos oferece é a que ansiamos egoisticamente para realizar os nossos desejos ou a de que efectivamente necessitamos. Por outro lado, nem sempre o que humildemente se oferece é bem recebido, nem o que se pede é bem interpretado pela razão que invoca da falha de confiança que existe nas relações humanas.Consequentemente, quando não se é humanamente bem recebido,perde-se a coragem de pedir e a aparente ausência de fragilidade e de necessidade não é mais que uma defesa para evitar a mágoa que daí advém.
Terei interpretado bem a sua mensagem?
Tenha uma santa noite.
GVA