A caminho da celebração do Natal de Jesus o próprio Senhor
coloca-se em caminho connosco. Vem ao nosso encontro, acompanha-nos, passa por
nós e desperta-nos o desejo de o seguir. Tal como os cegos do Evangelho seguimos
Jesus, gritando ou sussurrando o nosso pedido de misericórdia: Filho de David
tem piedade de nós.
Ao entrar em casa, face a face, uma pergunta que nos
desconcerta, que nos descoloca no nosso seguimento e no nosso grito: Mas vós
acreditais que posso fazer o que pedis?
Acreditamos? Acreditamos verdadeiramente? A questão de Jesus
é uma provocação à nossa demanda, à nossa fé, à confiança que depositamos nele.
Confiamos verdadeira e plenamente nele?
Face à resposta crente e confiante dos cegos, Jesus responde
que tudo será feito segundo a sua fé. E àqueles que tinham pedido piedade Jesus
concede-lhes a visão, toca-lhes nos olhos e eles podem vê-lo.
Quando também nós pedimos a piedade e a misericórdia de Deus
estamos dispostos a ser tocados na nossa cegueira e a despertar para a visão de
Deus?
A nossa fé, expressa na oração de petição, leva-nos à visão
do Filho de Deus que é o maior e verdadeiro bem que podemos desejar. Estamos dispostos
a tal?
Que a nossa oração deste Advento esteja imbuída deste desejo
e desta fé, e então veremos o Filho de Deus fazer-se carne da nossa carne,
habitar em nós e entre nós.
Ilustração:
Cegos, de Frantisek Bilek, Citygallery, Praga, República
Checa.
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