O arcanjo Gabriel foi enviado a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem chamada Maria desposada com um homem chamado José.
É uma missão divina, uma missão necessária, até urgente, mas muito delicada pois tudo depende de uma resposta dessa jovem mulher com quem se vai encontrar. Tudo está em jogo e muito se espera mas nada se força, pois é necessária uma resposta livre, um compromisso completamente isento de qualquer pressão.
Ave ó cheia de graça o Senhor está contigo!
A boa educação manda que se saúde quem se encontra e o enviado de Deus não foge às regras da boa educação. Saúda Maria, aquela que está cheia de graça, aquela com quem o Senhor está e passará a estar ainda de um forma mais real depois do seu consentimento à proposta que lhe é enviada. Maria preparada pela graça divina é habitada por Deus, por um Deus que se quer e necessita fazer um como nós, como ela, e para isso necessita um corpo, necessita um assentimento a esse projecto incarnacional.
É uma realidade aparentemente insignificante mas profundamente necessária porque sem um corpo não há experiência, não há dimensionalidade para o contacto, não há possibilidade de experimentar em todas as suas realidades a verdadeira natureza do homem, a fragilidade da criança, o desenvolvimento do adolescente, a maturidade do adulto, a finitude do próprio corpo constituído dos elementos do pó da terra. Deus quer ser homem, quer viver a nossa própria condição em todas as suas diversas dimensões e realidades.
E neste sentido ainda hoje, e para cada um de nós, é feita a mesma anunciação, o mesmo pedido de incarnação. Deus continua a querer fazer-se homem entre nós, não gerado como no seio de Maria, mas gerado no coração de cada um de nós e incarnado na nossa própria carne, nas nossas próprias dimensões experienciais humanas. Porque se Deus se gerou no seio de Maria foi porque antes ela o tinha acolhido no seu coração.
A esta pedido Maria perturbou-se, assim como nos devemos perturbar cada um de nós, porque de facto Maria e nós temos os nossos planos, temos as nossas realidades e circunstâncias nas quais ainda que procuremos Deus não lhe damos o devido espaço para a sua incarnação, para a sua presença viva e actuante entre nós. Maria contestou a proposta do anjo Gabriel dizendo-lhe que não conhecia homem, nós certamente contestamos a proposta escudando-nos nas nossas faltas de tempo, nos nossos compromissos, nas nossas infidelidades. Quem somos nós para que Deus se nos dirija e nos peça uma incarnação, nós que somos pecadores?
Mas não foi para os pecadores que Deus se encarnou, não foi este mesmo corpo que ele quis para si, para nos mostrar que é possível, que aliás é este o único caminho para uma resposta?
À contestação de Maria o anjo responde-lhe como nos responde a nós com o poder do Altíssimo, com a sua força, com o Espírito Santo que opera em Maria a gestação e pode operar em nós a fidelidade da incarnação. De facto a nós não nos é possível, nas nossas limitações é impossível, mas com a força do Espírito Santo e o poder do Altíssimo tudo nos é possível.
E porque ainda podemos ter dúvidas Deus dá-nos testemunhos desse seu poder e da sua acção no mundo. Para Maria foi o estado de graça da sua prima Isabel, para nós é a história e a vida de Maria e de Jesus, mas também a vida e a história de tantos homens e mulheres que se cruzam connosco e que mudam o mundo com um pequeno consentimento, com um pequeno gesto de amor, com uma entrega livre e comprometida a outros que ninguém quer ou pelos quais ninguém quer lutar.
Perante tantos sinais, tantos testemunhos de que Deus ainda hoje está presente e actuante entre nós, porque nos custa tanto assentir como Maria assentiu na proposta de Deus?
Que se faça em nós a palavra do Senhor porque nos dispomos a ser seus servos, a viver a sua vontade mais que a nossa, porque queremos não já viver por nós mas que Cristo viva em nós.
É uma missão divina, uma missão necessária, até urgente, mas muito delicada pois tudo depende de uma resposta dessa jovem mulher com quem se vai encontrar. Tudo está em jogo e muito se espera mas nada se força, pois é necessária uma resposta livre, um compromisso completamente isento de qualquer pressão.
Ave ó cheia de graça o Senhor está contigo!
A boa educação manda que se saúde quem se encontra e o enviado de Deus não foge às regras da boa educação. Saúda Maria, aquela que está cheia de graça, aquela com quem o Senhor está e passará a estar ainda de um forma mais real depois do seu consentimento à proposta que lhe é enviada. Maria preparada pela graça divina é habitada por Deus, por um Deus que se quer e necessita fazer um como nós, como ela, e para isso necessita um corpo, necessita um assentimento a esse projecto incarnacional.
É uma realidade aparentemente insignificante mas profundamente necessária porque sem um corpo não há experiência, não há dimensionalidade para o contacto, não há possibilidade de experimentar em todas as suas realidades a verdadeira natureza do homem, a fragilidade da criança, o desenvolvimento do adolescente, a maturidade do adulto, a finitude do próprio corpo constituído dos elementos do pó da terra. Deus quer ser homem, quer viver a nossa própria condição em todas as suas diversas dimensões e realidades.
E neste sentido ainda hoje, e para cada um de nós, é feita a mesma anunciação, o mesmo pedido de incarnação. Deus continua a querer fazer-se homem entre nós, não gerado como no seio de Maria, mas gerado no coração de cada um de nós e incarnado na nossa própria carne, nas nossas próprias dimensões experienciais humanas. Porque se Deus se gerou no seio de Maria foi porque antes ela o tinha acolhido no seu coração.
A esta pedido Maria perturbou-se, assim como nos devemos perturbar cada um de nós, porque de facto Maria e nós temos os nossos planos, temos as nossas realidades e circunstâncias nas quais ainda que procuremos Deus não lhe damos o devido espaço para a sua incarnação, para a sua presença viva e actuante entre nós. Maria contestou a proposta do anjo Gabriel dizendo-lhe que não conhecia homem, nós certamente contestamos a proposta escudando-nos nas nossas faltas de tempo, nos nossos compromissos, nas nossas infidelidades. Quem somos nós para que Deus se nos dirija e nos peça uma incarnação, nós que somos pecadores?
Mas não foi para os pecadores que Deus se encarnou, não foi este mesmo corpo que ele quis para si, para nos mostrar que é possível, que aliás é este o único caminho para uma resposta?
À contestação de Maria o anjo responde-lhe como nos responde a nós com o poder do Altíssimo, com a sua força, com o Espírito Santo que opera em Maria a gestação e pode operar em nós a fidelidade da incarnação. De facto a nós não nos é possível, nas nossas limitações é impossível, mas com a força do Espírito Santo e o poder do Altíssimo tudo nos é possível.
E porque ainda podemos ter dúvidas Deus dá-nos testemunhos desse seu poder e da sua acção no mundo. Para Maria foi o estado de graça da sua prima Isabel, para nós é a história e a vida de Maria e de Jesus, mas também a vida e a história de tantos homens e mulheres que se cruzam connosco e que mudam o mundo com um pequeno consentimento, com um pequeno gesto de amor, com uma entrega livre e comprometida a outros que ninguém quer ou pelos quais ninguém quer lutar.
Perante tantos sinais, tantos testemunhos de que Deus ainda hoje está presente e actuante entre nós, porque nos custa tanto assentir como Maria assentiu na proposta de Deus?
Que se faça em nós a palavra do Senhor porque nos dispomos a ser seus servos, a viver a sua vontade mais que a nossa, porque queremos não já viver por nós mas que Cristo viva em nós.
Olá, Frei José Carlos
ResponderEliminarQue belíssimo o quadro da Anunciação e o texto que o acompanha!
Desejo-lhe continuação de uma boa quaresma.
FL
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAs palavras que partilha connosco sobre a Anunciação do Arcanjo Gabriel a Maria acompanhadas de uma bela pintura sobre o acontecimento são de grande beleza, sem deixar de nos questionar ..."temos as nossas realidades e circunstâncias nas quais ainda que procuremos Deus não lhe damos o devido espaço para a sua incarnação, para a sua presença viva e actuante entre nós" ( ...) porque nos custa tanto assentir como Maria assentiu na proposta de Deus?. Mas convida-nos a fazer como Maria e "a viver a sua vontade mais que a nossa, porque queremos não já viver por nós mas que Cristo viva em nós." Bem haja. Obrigada, Frei José Carlos, por esta bela partilha. MJS
Frei José Carlos,
ResponderEliminarÉ verdade que procuramos Deus, mas não lhe concedemos espaço, que damos mais importância aos compromissos materiais do que à sua presença nas nossas vidas, que foi por nós que Ele se encarnou e que o descobrimos nos que a Ele se entregam.
Só a persistência na oração e o silêncio gerado pela palavra dos que ouviram o chamamento e O seguiram nos fará viver mais a Sua vontade do que a nossa.
Tenha uma santa noite,
GVA
Lindo quadro e tocantes palavras. Felizmente que neste turbilhão ainda há bloques destes
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