Voltemos para o Senhor, Ele nos curará, Ele tratará as nossas feridas, Ele nos fará viver de novo.
São palavras do profeta Oseias, um convite para o povo de Israel regressar confiante ao Senhor seu Deus. Podem ser também palavras para cada um de nós como o foram para o filho pródigo da parábola que amanhã contemplaremos no Evangelho de São Lucas.
Cada um de nós, a humanidade inteira, é este filho pródigo, este filho mais novo que pediu todos os seus bens e saiu de casa para procurar a satisfação e o prazer de viver de acordo com os seus critérios e as suas paixões.
Em casa tínhamos tudo, as sandálias novas, as roupas ricas, as jóias e os anéis para os dedos, o vitelo gordo, o amor do pai e a companhia do irmão mais velho. Éramos como noivos adornados para a sua noiva e tudo estava pronto para o banquete. Mas quisemos deixar tudo isso, preferimos a incerteza da aventura, da vida levada sem responsabilidades, o risco de tudo ter e tudo perder, a essa vida que nos parecia tão normal, tão cheia mas ao mesmo tempo tão vazia. Necessitávamos perder tudo, experimentar a degradação mais humilhante para nos apercebermos do que tínhamos e éramos e do que perdêramos.
Quantas vezes ao ver as alfarrobas que os porcos comiam nos vinha à memória os licores e os manjares da casa paterna, o leite e o mel, os vinhos doces e o azeite que escorria pela barba do pai. Como era doloroso sentir o estômago vazio e saber que havia tanta comida em casa do pai.
Mas como voltar, como regressar e pedir perdão? Não significa isto reconhecer que errámos, que fizemos o que não devíamos? Não significa isto morrer para as nossas vaidades, para o nosso orgulho, para a nossa auto satisfação e egocentrismo?
Contudo, se não morrermos para nós próprios não poderemos voltar, seremos incapazes de dar até o primeiro passo, de fazer todo o longo caminho de regresso. A nossa morte, a morte das nossas realidades é que nos pode colocar em caminho, é que nos avança para os passos a dar.
E chegaremos? Como chegaremos? Cheios de feridas e marcas do caminho e dos desastres, dos encontros que foram desencontros, do mal que nos fizemos a nós próprios por não querer reconhecer como estávamos e estamos necessitados de uma mão, de um abraço, de um beijo. Chegaremos?
Mas não conhecemos nós o nosso pai? Não fomos criados por ele? Porque tememos? Se nos colocarmos em caminho, se dermos os primeiros passos ele virá ao nosso encontro, ver-nos-á de longe e virá até nós. Não vem agora porque ainda não demos os primeiros passos, porque ainda não estamos profunda e verdadeiramente convictos de que queremos regressar, de que queremos fazer o caminho de regresso e passar pela experiência das nossas próprias mortes.
O pai está à nossa espera, já vem ao nosso encontro para nos abrir os braços e nos acolher, ponhamos força na nossa convicção e nas nossas pernas e demos os primeiros passos ao seu encontro. Ele já vem aí.
São palavras do profeta Oseias, um convite para o povo de Israel regressar confiante ao Senhor seu Deus. Podem ser também palavras para cada um de nós como o foram para o filho pródigo da parábola que amanhã contemplaremos no Evangelho de São Lucas.
Cada um de nós, a humanidade inteira, é este filho pródigo, este filho mais novo que pediu todos os seus bens e saiu de casa para procurar a satisfação e o prazer de viver de acordo com os seus critérios e as suas paixões.
Em casa tínhamos tudo, as sandálias novas, as roupas ricas, as jóias e os anéis para os dedos, o vitelo gordo, o amor do pai e a companhia do irmão mais velho. Éramos como noivos adornados para a sua noiva e tudo estava pronto para o banquete. Mas quisemos deixar tudo isso, preferimos a incerteza da aventura, da vida levada sem responsabilidades, o risco de tudo ter e tudo perder, a essa vida que nos parecia tão normal, tão cheia mas ao mesmo tempo tão vazia. Necessitávamos perder tudo, experimentar a degradação mais humilhante para nos apercebermos do que tínhamos e éramos e do que perdêramos.
Quantas vezes ao ver as alfarrobas que os porcos comiam nos vinha à memória os licores e os manjares da casa paterna, o leite e o mel, os vinhos doces e o azeite que escorria pela barba do pai. Como era doloroso sentir o estômago vazio e saber que havia tanta comida em casa do pai.
Mas como voltar, como regressar e pedir perdão? Não significa isto reconhecer que errámos, que fizemos o que não devíamos? Não significa isto morrer para as nossas vaidades, para o nosso orgulho, para a nossa auto satisfação e egocentrismo?
Contudo, se não morrermos para nós próprios não poderemos voltar, seremos incapazes de dar até o primeiro passo, de fazer todo o longo caminho de regresso. A nossa morte, a morte das nossas realidades é que nos pode colocar em caminho, é que nos avança para os passos a dar.
E chegaremos? Como chegaremos? Cheios de feridas e marcas do caminho e dos desastres, dos encontros que foram desencontros, do mal que nos fizemos a nós próprios por não querer reconhecer como estávamos e estamos necessitados de uma mão, de um abraço, de um beijo. Chegaremos?
Mas não conhecemos nós o nosso pai? Não fomos criados por ele? Porque tememos? Se nos colocarmos em caminho, se dermos os primeiros passos ele virá ao nosso encontro, ver-nos-á de longe e virá até nós. Não vem agora porque ainda não demos os primeiros passos, porque ainda não estamos profunda e verdadeiramente convictos de que queremos regressar, de que queremos fazer o caminho de regresso e passar pela experiência das nossas próprias mortes.
O pai está à nossa espera, já vem ao nosso encontro para nos abrir os braços e nos acolher, ponhamos força na nossa convicção e nas nossas pernas e demos os primeiros passos ao seu encontro. Ele já vem aí.
Frei José Carlos,
ResponderEliminar... "Cada um de nós, a humanidade inteira, é este filho pródigo". Concordo com a meditação mas gostaria de acrescentar os motivos que nos leva a partir, por vezes, são diferentes. A necessidade de seguir o caminho que escolhemos que entra em conflito com os familiares mais próximos, a vontade de independência nos jovens, a busca da renovação, etc. Acontece, muitas vezes, que só conseguimos apreciar o que deixámos depois de feita esta experiência. Quando algo corre mal o importante é ser humilde para voltar e saber pedir perdão e/ou dizer "estávamos e estamos necessitados de uma mão, de um abraço, de um beijo" e saber que alguém nos espera ou está sempre disponível para nos perdoar, para nos acolher. Jesus nunca nos abandona, guia-nos pela mão, como os Pais sabem fazer aos filhos e os verdadeiros amigos também. Obrigada por esta partilha. Um abraço fraterno.MJS
Frei José Carlos,
ResponderEliminarEsta confiança infinita no Pai é reconfortante e quem é pai e de algum modo foi ferido por algum passo menos certo do filho, depara-se aqui com um exemplo de perdão, de acolhimento.Assim saibam os filhos compreender essa confiança e, revestidos de humildade façam o seu caminho de coração renovado ao encontro recíproco com o Pai. Que seja assim a Quaresma vivida coerentemente por todos com o propósito de a projectar no futuro.Que Deus nos ajude a cumprir.
Obrigada pelo alimento espiritual.
GVA