Jonas é um profeta
pouco habitual, um homem chamado por Deus, mas que tem imensas dificuldades em
assumir a missão confiada. Para grande surpresa sua, a pregação que realiza em
Nínive alcança os seus fins, todos os homens se submetem a uma penitência para que
a cidade não pereça ao castigo divino.
Inusitadamente, na sua
pregação, e face à incredulidade dos seus ouvintes, Jesus vai servir-se deste
profeta e da sua missão para colocar em destaque a atitude perversa daqueles que
o ouvem e exigem um sinal. A esta exigência Jesus responde que nenhum sinal
lhes será dado mais que o sinal de Jonas.
E o sinal de Jonas, o
que leva à penitência dos ninivitas, é a sua pregação, é o anúncio da
condenação que foi proferida sobre a cidade. Perante tal anúncio todos mudam de
vida, todos assumem atitudes de conversão.
É esta a atitude que
Jesus esperava dos seus ouvintes, essa adesão simples e sem qualquer questionamento,
pois também ele apelava a uma mudança de vida, e mais, oferecia livremente essa
mudança de vida.
Jesus é assim o sinal
por excelência para acreditar e mudar de vida e portanto a questão que coloca é
a do acolhimento desse sinal, dessa presença transfiguradora. Se os ninivitas
acreditaram em Deus por intermédio de Jonas e mudaram de vida porque não
acreditam aqueles que ouvem Jesus? Porque não mudam de vida pela sua palavra e
pelos sinais que a acompanham e confirmam?
Jesus é o sinal, é a
presença, é a realidade, e a questão que nos coloca é porque nos custa tanto
aderir a ele, porque adiamos de um dia para o outro a nossa adesão e conversão.
Após um dia de pregação na grande cidade os ninivitas fizeram penitência,
porque não somos nós tão diligentes na mesma atitude?
É aqui e agora, na
oportunidade que se nos oferece, que o Senhor nos pede a atitude de mudança, a
conversão, a adesão a si próprio como nosso Redentor que é.
“Jonas pregando aos ninivitas”, iluminura do Livro de Horas do Condestável Anne de Montmorency, Museu Condé.
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