Jesus apresentou-lhes
mais uma parábola, a eles que eram publicanos e pecadores, e a eles que eram
escribas e doutores da lei. Todos tinham vindo para o ouvir, ainda que as
razões fossem diferentes. Contudo, a história servia a uns e servia a outros,
abrissem os ouvidos e dispusessem o coração à novidade.
Um pai com dois
filhos, um pai que ama infinitamente, dois filhos que desconhecem o amor do pai.
Um filho que parte e outro que fica, um que esbanja tudo o que recebe e outro
que tudo guarda. Situações e histórias diferentes mas o mesmo centro, o pai que
ama sem medida.
E um pai que assume no
seu amor uma atitude, a do acolhimento inquestionável, a disponibilidade para
ir ao encontro dos filhos, pois ambos regressam a casa, cada um da sua situação
e história.
O pai da parábola é a
imagem do Pai do Céu, de Deus que vem ao nosso encontro, estejamos nós mais
próximos ou mais longe, cheguemos nós de histórias complicadas de aventuras e esbanjamentos
ou de histórias quotidianas de rotina e austeridade.
Deus vem até àquele
que pecador se dirige ao seu encontro, não querendo já nada mais que ser
tratado por servo, mas que o Pai acolhe com alegria e dignidade, fazendo uma
festa porque aquele filho estava morto e voltou à vida.
Deus vem ao encontro
daquele que não quer entrar, que ainda que partilhando a intimidade da casa
desconhece o amor do Pai por todos os filhos, desconhece a alegria do acolhimento
e do encontro. Deus vem ao encontro daqueles que não querem entrar de livre
vontade, e daqueles que partilhando a casa não permitem que outros entrem.
Nas fraquezas e
desastres de cada filho, o pai sai sempre ao encontro, ao encontro de cada um
deles e das suas situações, não querendo nada mais que cada um entre na festa
do seu amor, da largueza do seu coração, faça a experiência do seu amor.
Diante deste Pai, em que
acreditamos como nosso Deus Salvador, o que nos impede de nos dirigirmos a ele?
O peso e a escuridão dos nossos pecados, da nossa via errante e aventureira? O peso
e o desânimo das nossas rotinas? O nosso egoísmo e avareza face aos outros e
face aos bens, diante do amor que nos devemos?
Deus nosso Pai não se
interessa por isso, a sua misericórdia é capaz de aniquilar as nossas misérias,
a ele interessa-lhe a nossa disposição ao encontro e à participação na sua
festa, no seu amor. Um coração aberto e disposto a esse amor fará sempre a
experiência de Deus acolhedor e em caminho até si.
Levantemo-nos pois
para ir ao encontro do Pai que vem já de braços abertos!
“O regresso do filho pródigo”, de Nikolay Losov, Museu Nacional de Belas Artes da República Bielorrússia.
Será que vamos ser capazes de nos despirmos de tudo o que nos prende e ir ao encontro do Pai? Inter pars
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