Os discípulos de João Baptista vão ao encontro de Jesus, uma questão os
perturba e os traz até ali. Eles jejuam, os fariseus jejuam, os discípulos de
Jesus não jejuam. Porquê? Qual o motivo desta desordem?
Jesus respondes-lhe que o motivo é o noivo, a presença do noivo. Enquanto
o noivo estiver com eles não jejuarão, não poderão jejuar, é tempo de festa, mais
tarde hão-de jejuar, na ausência do noivo, no momento do luto. Agora não é o
tempo.
Quando nesta nossa caminhada quaresmal nos propomos o jejum, alguma
abstinência, qual é o motivo? De onde parte e aonde nos conduz?
O motivo do nosso jejum, das nossas abstinências, dos nossos
sacrifícios, não pode ser outro senão o amor, o amor ao noivo que não está
connosco mas que nesta ausência permanece connosco apesar de tudo.
O jejum prepara-nos para o encontro, abre-nos o apetite para as
iguarias do amor, mas ensina-nos a apreciar o que de bom e saboroso nos vai
dando já a experimentar. Porque não estamos saciados, satisfeitos, podemos
apreciar o que se nos oferece e nos será servido mais tarde.
Que as nossas práticas e exercícios de ascese e penitência sejam
sempre uma manifestação de amor, pelo amor e para o amor.
“Jesus nas bodas de Caná”, de Paolo Veronese, Museu do Louvre, Paris.
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