domingo, 31 de agosto de 2025

Frei António Osório - Assento de Óbito - 1865 Outubro 04

 

Assento de Óbito de Frei António Osório, OP


Aos quatro dias do mês de Outubro do ano de mil oitocentos sessenta e cinco, pelas três horas da tarde, no quarto andar, lado direito, do prédio número duzentos e dois da Rua da Madalena desta Freguesia de Santa Justa, bairro do Rossio, Concelho e Patriarcado de Lisboa, faleceu, não tendo recebido os Sacramentos da Santa Madre Igreja, um individuo do sexo masculino por nome António Osório, Eclesiástico, Egresso da Ordem extinta Dominicana, de oitenta e sete anos de idade, morador na referida casa da Rua da Madalena, natural de Valdigem, Concelho e Bispado de Lamego, filho legítimo de José Carlos da Fonseca Osório e de Maria Inácia da Fonseca,
  aquele natural de Lamego, ignorando-se desta a sua naturalidade, tendo sido ambos proprietários. Fez testamento e foi sepultado no Cemitério público do Alto de São João. E para constar lavrei em duplicado este assento, que assino. Era ut supra.

O Prior Francisco António Lopes Nogueira da Silva


domingo, 24 de agosto de 2025

Frei Nicolau de Almeida e Silva. 1780 - 1848

 

Frei Nicolau de Almeida e Silva nasceu em Lisboa a 9 de Outubro de 1780, sendo baptizado passado poucos dias, a 15 de Outubro, na igreja paroquial da Pena, em Lisboa.

É filho legítimo de José de Almeida e Silva, natural do Sítio de Nossa Senhora da Nazaré, na freguesia de Nossa Senhora das Areias da Vila de Pederneira, termo de Lisboa, e de sua mulher Gertrudes Rosa Xavier de Bastos e Silva, natural da freguesia de São Paulo em Lisboa, unidos em matrimónio na Sé de Elvas em 19 de Setembro de 1768, onde ele era morador e ela foi representada por seu tio com procuração.

Pela via paterna frei Nicolau é neto do Alferes João de Almeida e Silva e de Inácia Maria de são José, e pela via materna de José Xavier Gonçalves Basto e Rosa Laureana Xavier de Pancas e Silva.

Foram seus padrinhos o Reverendo Cónego da Sé de Elvas Nicolau de Almeia de Silva, seu tio por parte paterna, e Nossa Senhora do Monte do Carmo, que foi invocada como madrinha, sendo por isso tocado com a sua relíquia pelo Reverendo Lourenço José Simplício, igualmente tio do menino.

Em Março de 1796, quando Frei Nicolau de Almeida e Silva está a prestes a atingir os dezasseis anos, o Prior Provincial Frei Agostinho da Silva, Mestre em Santa Teologia, Consultado do Santo Ofício, Examinador das Três Ordens Militares e Sinodal do Patriarcado e Bispado de Leiria, envia ao Prior e Padres do Convento de São Domingos de Elvas a Patente para procederem às inquirições sobre o candidato ao Hábito dominicano.

Dois meses depois, em Maio de 1796, o Prior de Elvas Frei Teodoro de Santa Joana Vasconcelos, com o escolhido escrivão Frei Francisco de São Vicente Ferrer, procede às inquirições, escutando para isso quatro testemunhas: Vitorino António Pereira Cardoso, Capelão do Regimento de Cavalaria da cidade de Elvas, Joaquim António Durão, Tenente do Regimento de Cavalaria, de 60 anos, José do Rego Maio, de 38 anos de idade e António Basílio Oliveira, também de 38 anos de idade.

Do resultado destas inquirições resulta a Patente de Admissão à Ordem de São Domingos como Frade de Coro, passada em Lisboa a 20 de Maio de 1796 pelo Prior Provincial Frei Agostinho da Silva, na qual se pede que o candidato seja examinado na língua latina e votado secretamente pelos padres do Convento, para que a admissão tenha efeito.

Do período de formação e primeiros anos de vida conventual não temos neste momento informação, apenas conseguimos encontrar em Agosto de 1811 a sua Assignação do Convento de Évora para Azeitão, deixando-nos assim a suposição que antes desta data Frei Nicolau estaria assignado ao Convento de São Domingos de Évora.

Dois anos passados, Novembro de1813, é assignado para Elvas, e passados mais dois anos, em Dezembro de 1815, regressa a Azeitão, onde vai ficar poucos meses, pois em Março de 1816 é assignado para o Convento de Benfica. Ano e meio depois, em Novembro de 1817 é assignado ao Convento do Pedrógão.

Entretanto algumas movimentações devem ter ocorrido, porque em Maio de 1822 uma Portaria Régia determina o envio de Frei Nicolau de Almeida e Silva do Convento de Santarém para o Convento de Abrantes.

Neste ano de 1822 vários frades são assignados e movimentados em consequência das suas posições políticas. Será o caso de Frei Nicolau? É possível.

O que sabemos é que em Maio de 1823, o Religioso Converso da Província de Santo António de Portugal, Frei António da Mãe dos Homens, apresenta uma queixa contra Frei Nicolau de Almeida e Silva, e outros frades, que se apresentam na grade do Mosteiro de Odivelas seduzindo as religiosas, entre elas duas sobrinhas do denunciante, a abandonarem o Mosteiro.

Desconhecemos os resultados desta queixa, apenas podemos constatar que no mapa de Todos os Conventos e Frades elaborado em 1828 ou 1829, Frei Nicolau é apresentado como membro da Comunidade do Convento de São Domingos de Lisboa, embora ausente.

Frei Nicolau de Almeida e Silva está também ausente das Relações dos Religiosos Egressos que se candidataram às prestações em 1836 e 1837.

Não corresponderia aos quesitos necessários, devido à sua posição política?

Estaria já empregado em algum ofício eclesiástico, como pároco?

Nesta dúvida decorrem os onze anos que levam à notícia da sua morte.

Frei Nicolau de Almeida e Silva, morre a 29 de Março de 1848, na Travessa da Espera na Paróquia da Encarnação em Lisboa, não fazendo testamento e sendo sepultado no cemitério dos Prazeres.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Frei Nicolau de Almeida e Silva - Assento de Óbito - 1848 Março 29

Assento de Óbito de Frei Nicolau de Almeida e Silva, OP

Aos vinte e nove dias do mês de Março de mil oito centos quarenta e oito na Travessa da Espera faleceu, tendo recebido todos os Sacramentos dos Enfermos, o Reverendo Nicolau de Almeida e Silva, natural de Lisboa, idade de sessenta e oito anos, Sacerdote e Egresso do extinto Convento de São Domingos desta Cidade, não fez testamento e foi sepultado no Cemitério dos Prazeres.

O Coadjutor Joaquim Ferreira de Almeida

Frei Nicolau de Almeida e Silva - Patentes de Inquirição e Admissão à Ordem dos Pregadores

1796.Março.20

Patente de Inquirições emitida a favor de Nicolau de Almeida e Silva, pelo Prior Provincial Frei Agostinho da Silva.

Frei Agostinho da Silva Mestre em Santa Teologia, Consultado do Santo Ofício, Examinador das Três Ordens Militares, e Sinodal do Patriarcado, e Bispado de Leiria, e Prior Provincial da Ordem dos Pregadores de Portugal.

Por quanto determinamos receber ao hábito de Noviço da nossa Sagrada Ordem a Nicolau de Almeida e Silva natural da cidade de Elvas Freguesia de Alcáçova, filho de José de Almeida e Silva natural do Sítio da Pederneira termo de Lisboa, e de Gertrudes Rosa Xavier de Faria Bastos e Silva natural de Lisboa Freguesia de São Paulo: Neto pela parte Paterna do Alferes João de Almeida e Silva, e de Inácia Maria de São José ambos naturais da Pederneira, e pela Materna de José Xavier Gonçalves Basto, natural de Lavre e de Rosa Laureana natural de Lisboa, e é necessário para esse efeito constar judicialmente da probidade, vida, e costumes do dito Nicolau de Almeida e Silva; Pela presente cometemos ao Reverendo Prior Presentado do nosso Convento de Elvas que com um Religioso que tomará para Escrivão, a quem dará o juramento dos Santos Evangelhos, e também o receberá das suas mãos, prometendo ambos sob cargo dele guardar fidelidade, e segredo de que se fará termo por ambos assinado, tirem o Instrumento de Inquirição do sobredito Nicolau De Almeida e Silva, pelos Interrogatórios adiante declarados.

Dada neste nosso Convento de Lisboa sob nosso sinal e selo, aos 20 dias do mês de Março de 1796.

Primeiramente serão perguntadas se conheceram ao dito Nicolau de Almeida e Silva que pretende ser Noviço natural na cidade de Elvas, a seus Pais, e Avós paternos e maternos e suas naturalidades, e Freguesias e do que tem por esta parte os conhecem, e que razões têm para o seu conhecimento.

 

Segundo se sabem que o dito pretendente Nicolau de Almeida e Silva é filho legítimo, e de legítimo Matrimónio de seus pais acima referidos; se é de boa vida, e costumes, sem embaraço para o Estado Religioso: se combateu alguns crimes, se foi expulso de alguma Religião, ou dela saiu sendo Noviço.

Terceiro se sabem ou ouviram dizer, e é pública voz, e fama, que o dito pretendente seus pais, avós de ambas as partes, e os mais ascendentes cometeram algum crime de Lesa-Majestade Divina ou Humana, e se foram castigados pelo Santo Ofício.

Quarto se sabem ou ouviram dizer, e é pública voz, e fama, que o dito pretendente, seus pais, avós de ambas as partes, e os mais ascendentes é de gente honrada que não tenham servido ofícios infames na República.

Quinto se sabem ou ouviram dizer que o dito pretendente tenha dívidas ou contas com alguém, e se deu Palavra de Casamento a alguma mulher, por cujo motivo esteja legitimamente impedido para ser Religioso.

Sexto que digam do costume, ratifiquem o seu julgamento, e ser verdade tudo que têm dito porque o sabem, e por ser assim pública voz, e fama, sem rumor em contrário; e ajuntará a este Instrumento de Inquirições, Certidão do Batismo do pretendente, como dos pais, e avós de ambas as partes.

Frei Agostinho da Silva

Prior Provincial 

Registado a folhas 48

Frei Jorge José da Gama

Loco socii.

1796.Maio.20

Patente de Admissão a Noviço de Coro de Frei Nicolau de Almeida e Silva, passada pelo Prior Provincial Frei Agostinho da Silva.

Frei Agostinho da Silva, Mestre em Santa Teologia, Consultor, e Censor do Santo Ofício, Examinador das Três Ordens Militares, e Prior Provincial da Ordem dos Pregadores nestes Reinos de Portugal, etc.

Pela presente damos licença ao Reverendo Padre Presentado Prior Frei Teodoro de Santa Joana e Vasconcelos, e mais Religiosos do nosso Convento de São Domingos de Elvas para receber ao hábito de Noviço do Coro a Nicolau Almeida e Silva, filho legítimo de José de Almeida e Silva e de Dona Gertrudes Rosa Xavier da Silva e Bastos, sendo limpo de geração, tendo a idade necessária, constando ser de boa vida e costumes, sendo examinado de latim diante dos Padres Padres do Conselho do dito Convento, e aprovado pela maior parte dele, e recebido por votos secretos, tendo todas as mais partes, e condições necessárias, conforme a disposição do Concílio Tridentino Secção 25 Capítulo 15 du Regularibus, ordenações Apostólicas, e de nossas Sagradas Constituições, Disposição 1ª de Recepiendis, Capítulo 13, e Actas de Capítulos Gerais, e Provinciais, as quais todas havemos aqui por expressas, e declaradas.

Dada neste nosso Convento de São Domingos de Lisboa sob nosso sinal, e selo aos 20 de Maio de 1796

Frei Agostinho da Silva

Prior Provincial

Registado a folhas 48.

Frei Jorge José da Gama

Presentado Loco socii.

 

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Frei Tomás Vicente de Sousa Barros - Despesas para entrada na Ordem

A nota das despesas efectuadas aquando da entrada de Frei Tomás Vicente de Sousa Barros no noviciado em São Domingos de Benfica em 1799, mostra-nos o que cada candidato à época teria mais ou menos de levar para entrar no Convento.

RESUMO DA DESPESA 

Resumo da despesa feita com o preparo, e entrada do Senhor Tomás Vicente de Sousa Barros para Religioso de São Domingos Ordem dos Pregadores, no seu Convento de Benfica, aonde se recolheu, e tomou o Hábito no dia de hoje 16 de Maio de 1799, a saber:

Para Comedoria

100$000

Para trastes da Sela

24$000

Para Pano de Linho para refeitório e sacristia

30$000

Para cera para a sacristia

12$000

Para Depósito

9$600

Para a Província, e Secretário para Patente

12$800

Para a Merenda dos Noviços, e barbeiro

2$880

Para Propinas de Tabaco, e dita em dinheiro

29$180

220$460

Para Dinheiro que recebeu, e levou para dar ao do Aviso  

96$000

Para 17 Côvados de sarja para capa e capelos a 800 reis

13$000

Para 1, 3/4 ditos de pano branco para calção a 900

1$125

Para feitio e aviamento dos calções de pano e ganga

1$920

16$645

Para 1 correia pronta para cingir

$140

Para 1 colher, garfo, e faca para mesa

$240

Para tesoura para papel de palmo

$300

Para 1 arrátel de rolo em 4 de tinta

$560

Para 1 quarteirão de penas para escrever

P$140

Para encadernação das Horas

$200

1$580

Para 2 baús em cabelo de 4 palmos a 4.600

9$200

Para Carteiro dos mesmos a casa

$060

Para porte de 3 Cartas e busca de uma delas

$070

9$330

Para Sege, e gorjeta, em que foi para a entrada

1$320

Reis

345$335

Amorim

 

 

Madre Dona Maria da Glória - Mosteiro Santa Joana - Assento de Óbito - 1887 Janeiro 20

 

Assento de Óbito da Madre Dona Maria da Glória, do Mosteiro de Santa Joana de Lisboa

Aos vinte de Janeiro de mil oitocentos oitenta e sete, à uma hora da tarde, no Convento de Santa Joana, desta freguesia do Santíssimo Coração de Jesus, de Lisboa, faleceu com o Sacramentos, um individuo de sexo feminino Dona Maria da Glória, Religiosa no mesmo Convento, de oitenta e cinco anos, natural da freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Santo Quintino, concelho de Arruda dos Vinhos, deste Patriarcado; filha legitima de Custódio José Calisto e Dona Ana Rita. Foi sepultada no cemitério Oriental, jazigo mil quatrocentos oitenta e três. Ignoro os demais esclarecimentos. E lavrei em duplicado este assento que assino.

O Prior Eduardo António Ribeiro Cabral.

Frei Ricardo do Nascimento Dias Godinho - Assento de Óbito - 1878 Novembro 12


Assento de Óbito de Frei Ricardo do Nascimento Dias Godinho, OP 

Aos doze de Novembro de mil oitocentos setenta e oito, pelas sete horas da tarde, na casa duzentos e nove, primeiro, da Rua de Santa Marta, desta freguesia do Santíssimo Coração de Jesus, faleceu com o Sacramento da Penitência, um indivíduo do sexo masculino, por nome Frei Ricardo do Nascimento Dias Godinho, Egresso da Ordem de São Domingos, de idade de oitenta e cinco anos, natural, assim como os pais digo os seus pais, de Castelo de Vide, do Bispado de Portalegre, morador na referida residência: filho legítimo de Domingos Dias Godinho, e de Dona Catarina Rosa: fez testamento: foi sepultado no Cemitério Ocidental. E para constar se lavrou em duplicado este assento, que assino.

O Prior António Gaspar dos Santos