Saiu o Senhor a semear uma boa semente no seu campo, mas mais tarde encontrou-se no meio dessa boa semente também o joio que o inimigo tinha semeado de noite. Que fazer?
Esta parábola de Jesus, na sua simplicidade, deixa-nos vários aspectos a ter em conta, na medida em que somos campo em que se semeia, em que somos também trabalhadores desse campo e por fim o fruto da sementeira.
Na medida em que somos campo, para além da boa terra que devemos ser e cultivar, devemos ter em atenção a vigilância, não podemos deixar-nos dormir, porque nesse estado o inimigo pode em nós semear o joio. A Palavra de Deus que é semeada em nós exige um cuidado, uma atenção, uma vigilância, como a das sentinelas que esperam a aurora, que esperam o inimigo para o combater, ou neste caso impedir que lance a sua semente de mal no campo onde foi lançada a semente de Deus.
Como trabalhadores do campo da sementeira não podemos cair na arrogância de pensar que podemos arrancar as plantas de mal semeadas. Como diz Jesus podíamos arrancar também as boas plantas. Neste sentido o Senhor convida-nos a afastar-nos do juízo que exercemos sobre as obras dos outros, a cuidarmos o nosso papel e função, e a deixarmos para Deus o juízo que apenas a Ele compete.
Esta atitude implica também a esperança e a confiança que o Senhor deposita em nós, na nossa capacidade de combater o mal, de permitirmos que as plantas de bom fruto cresçam e na sua exuberância e fortaleza destruam as plantas do joio. É como na parábola da figueira em que o agricultor pede ao Senhor para não abater a figueira que não dá frutos, ele irá cavá-la, regá-la, adubá-la na esperança que futuramente dê algum fruto.
Também o Senhor espera de nós a mesma atitude, não só em relação aos outros, ao campos e sementeira alheia, mas sobretudo em relação à sementeira que foi feita em nós. Espera o fruto, e um fruto bom e abundante, segundo a capacidade de produção de cada um, a vigilância aplicada e os cuidados necessários à frutificação que cada um deve utilizar.
A parábola do trigo e do joio abre-nos assim à confiança em Deus e ao desafio da esperança de Deus em nós.