terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Acta de 1745 do Conselho Conventual de São Domingos de Santarém

Aos 31 dias do mês de Agosto, digo, aos vinte e nove dias do mês de Agosto de 1745, das duas para as três horas da tarde mandou o Reverendíssimo Padre Mestre Provincial Frei Manuel Coelho chamar à sua cela os Padres que pertenciam ao Concelho, e depois de juntos todos, estando também presente o Secretário da Província o Reverendo Padre Presentado Frei Nicolau da Assunção Becquer, propôs o Reverendíssimo Padre Mestre Provincial a todos, que na visita que acabava de tirar neste convento se tinham manifestado alguns defeitos graves com que o Padre Frei João do Espírito Santo actual Mestre de Noviços se havia na administração do seu ministério, ainda que nenhum deles tocava em coisa que ofendesse o seu bom procedimento; mas, que sendo omissões, e descuidos graves, com que se havia na educação dos Noviços, se via obrigado a depô-lo do dito cargo, e propunha para seu substituo (ser substituído) nele ao Padre Frei Pedro de Castilho, que actualmente estava exercendo o cargo de Mestre de Noviços no convento da Batalha, se os Padres do Concelho que se achavam presentes o julgassem com suficiente capacidade para exercitar tal emprego. E todos os Padres do Concelho uniformemente votaram que uma e outra coisa lhe parecia muito justa e conveniente: em fé do que fiz este termo. Dia, mês, e ano ut supra.
Frei João de Santo Alberto
Notário do Convento[1]

PS:
Desta Acta do Conselho do Convento de São Domingos de Santarém, realizado aquando da visita Canónica do Prior Provincial, percebe-se os problemas que havia relativamente ao Padre Mestre de noviços e a solução que foi tomada para os resolver. Ficamos também a conhecer alguns nomes de frades do século XVIII e os cargos que ocupavam.

[1] IAN-TT – Convento de São Domingos de Santarém, Livro dos Concelhos do Convento, fólios 50-51.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Sempre apreciei o trabalho que desenvolve de investigação histórica sobre os Dominicanos e cuja finalidade está tão bem traduzida nas palavras de boas vindas ao blogue do irmão (permita-me que o trate assim) e que muito me têm ajudado. Sei muito pouco ou quase nada sobre os Dominicanos e por isso não ousei comentar o que escreveu recentemente sobre "Dominicanos ...perspectivas para estes tempos" conquanto considerasse a questão/desafio que coloca da maior actualidade e coragem. Mas o tema que hoje trata ao divulgar esta Acta de 1745 deixou-me confusa e mais perplexa fiquei com o P.S. Não entendi o objectivo. Peço perdão pela minha frontalidade e peço desculpa ao Frei José Carlos se, sem querer estou a magoá-lo. MJS

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