sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Se alguém quiser seguir-me, tome a sua cruz! (Lc 9, 23)

 

Iniciámos ontem a Quaresma, quarenta dias que nos devem preparar para celebrarmos com alegria a Páscoa da nossa redenção. E a leitura do Evangelho de São Lucas que escutamos hoje na celebração da Eucaristia deixa-nos este grande convite de Jesus, ou melhor, este grande desafio: “Se alguém quiser seguir-me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”

Como em todos os convites e desafios Jesus não nos obriga a nada, deixa-nos a liberdade da escolha e opção. Se quiser…, o que significa que podemos não querer, que Deus respeita a nossa liberdade, sabe da nossa capacidade de dizer não.

O convite de Jesus, o seu desafio a segui-lo, não promete facilidades, ele não nos engana como uma publicidade enganosa com resultados mágicos ao primeiro passo; mas, tal como um treinador bem experiente, diz-nos desde o primeiro momento de inscrição no seu ginásio que vai ser difícil, que vai exigir esforço para podermos atingir os resultados, e sobretudo que vai exigir muita liberdade, mas mesmo muita liberdade da nossa parte, para nos vencermos nas nossas dificuldades e incapacidades, nas nossas limitações e fraquezas. Sem esta liberdade não nos venceremos nem venceremos!

Será que tenho consciência desta liberdade que Deus me concede, respeita e exige?

O convite de Jesus a segui-lo assume também que não podemos fugir nem negar a realidade em que nos encontramos, é a cruz que inevitavelmente temos de carregar, esta realidade tal e qual em que nos movemos, com as suas forças e fraquezas, com os seus combates diários pela perseverança e a coerência. Aqueles que se iniciam neste caminho de seguimento, depois da difícil aprendizagem inicial, a cada pequena vitória, a cada superação dos seus limites, experimentam a alegria da vitória final, uma liberdade inédita, a vontade de não desistir até à meta final, que a graça de Deus torna cada dia mais alcançável.

Assumo a realidade em que vivo como uma oportunidade ou procuro fugir e alienar-me dela desperdiçando desta forma a cruz que me levará à vitória final?

 

Ilustração:

Quo Vadis!, de Andrei Mironov.

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