sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Viver é perder-se para o outro


Quem deseja viver, no sentido pleno da palavra, sabe da necessidade de rupturas e de mortes, nas quais se tem a impressão de tudo perder.
 
Não há vida sem despossessão, porque não há vida sem amor nem amor sem abandono de toda a possessão, sem gratuidade absoluta, dom de si próprio na confiança desarmada.
 
Amar alguém não é preferi-lo à própria vida?
Sem a morte não há nada que possamos preferir a nós próprios.
Estar pronto a dar a sua vida por alguém é verdadeiramente a prova decisiva do nosso amor.
 
Aquém desse dom, nós ainda não amámos; ou pelo menos, não amámos mais que a nós próprios.

Adrien Candiard, Pierre et Mohamed, 55.

Sem comentários:

Enviar um comentário