Depois de escutarmos as leituras da Liturgia da Palavra deste domingo é evidente para todos que há um forte paralelismo entre a primeira leitura, retirada do Livro dos Reis, e a leitura do Evangelho de São João.
Podemos até interrogar-nos se o autor do Evangelho de São João não terá tido presente, e como fundo teológico, o relato e o acontecimento do profeta Eliseu quando redigiu o milagre da multiplicação dos pães.
Contudo, e para além desta questão e das diferenças que se podem constatar, como a disparidade de pães e gente alimentada por eles, o mais importante é a questão que está subjacente a estes milagres, a mensagem que Deus quer transmitir-nos e trespassa os dois acontecimentos e relatos.
Face a cem homens ou a uma multidão de cinco que representam vinte ou cinco pães de cevada? Que representa esta ínfima porção face às necessidades daqueles que se apresentam diante dos olhos do profeta e de Jesus?
Elevando a reflexão a uma forma mais radical, ou essencial, a questão que nos é colocada por estes relatos é a do poder do homem face a tantos problemas que existem no mundo e afectam a humanidade, cada um de nós e dos outros com quem vivemos. Afinal que pode o homem fazer face a tantos problemas? Ele que tem tão pouco poder para alterar o que quer que seja.
Estes milagres, os cinco pães que André apresenta ao Senhor Jesus, bem com os vinte que são ofertados a Eliseu, mostram que afinal Deus tem em muito pouca conta a quantidade, o pouco que podemos oferecer. Deus não olha à quantidade, olha sim e de uma forma fundamental à capacidade do homem de aportar alguma coisa, de entregar alguma coisa, mesmo que seja pequena ou até miserável.
O importante é o dar, o entregar, essa disponibilidade para participar, porque Deus não quer fazer tudo sozinho, quer que o homem participe no processo de redenção e construção do Reino de Deus. À luz da mensagem evangélica e dos milagres das leituras deste domingo, Deus não prescinde do homem, de cada um de nós, no processo de salvação. A salvação está também na mão do homem, na medida em que está disponível e disposto à colaboração divina.
Podemos dizer que é essa uma das grandes mensagens deste domingo para cada um de nós, cristãos e discípulos de Jesus Cristo. Deus convida-nos à redenção da humanidade através da nossa solidariedade, da nossa capacidade para disponibilizarmos o pouco ou o muito que tenhamos ou sejamos.
Juntamente com esta mensagem e convite aparece-nos um outro convite ou até aviso. O que temos para oferecer, para partilhar pode ser pouco, insuficiente para as necessidades que se nos deparam diante dos olhos, mas ainda assim não podemos deixar de partilhar. Não podemos cair ou deixar-nos levar por essas grandes tentações que são o quietismo e providencialismo, ou seja pensar que outros poderão dar mais e melhor, ou que compete a Deus fazer alguma coisa. São dois pecados, se assim os podemos chamar, nos quais incorremos frequentemente, pois pensamos muitas vezes que não adianta nada o pouco que podemos fazer ou dar.
Confiar na providência divina, que é algo necessário e inerente à nossa fé, tem esse risco de nos desresponsabilizar, de nos descomprometer daquilo que está à nossa mão e alcance fazer. É um risco que não podemos correr, que não nos podemos permitir, porque confiar na providência divina significa também que aplicamos e dispomos o que é nosso para que Deus actue. Confiar na providência divina significa procurar actualizar o Reino de Deus, fazer o que está ao nosso alcance para que tal aconteça e seja verdade.
Ora isto exige de nós um processo de conversão, uma transformação da nossa vida, um cuidado e vigilância constantes porque como dizíamos antes é muito fácil cairmos nas tentações de não fazermos nada e deixarmos tudo para os outros fazerem, inclusive Deus.
A tarefa que Jesus atribui aos discípulos de distribuírem o pão e depois de recolherem os restos em cestos é afinal esta tarefa de conversão a que cada um de nós está chamado. Partimos do reconhecimento que é pouco o que temos para dar, mas ainda assim damos e colocamos à disposição. No fim da missão cumprida, da satisfação, da acção de Deus através do que dispusemos, recolhemos o que sobra, não os louros nem os louvores, mas uma nova realidade que é capaz de encher o cesto de cada um, as suas necessidades mais profundas de realização e de amor.
Peçamos ao Senhor neste domingo que nos ajude a libertar dos nossos medos e preconceitos relativamente ao pouco que podemos dar. E dando o nosso pouco nos colme com a sua graça e misericórdia de modo a regressarmos de cesto cheio.
Podemos até interrogar-nos se o autor do Evangelho de São João não terá tido presente, e como fundo teológico, o relato e o acontecimento do profeta Eliseu quando redigiu o milagre da multiplicação dos pães.
Contudo, e para além desta questão e das diferenças que se podem constatar, como a disparidade de pães e gente alimentada por eles, o mais importante é a questão que está subjacente a estes milagres, a mensagem que Deus quer transmitir-nos e trespassa os dois acontecimentos e relatos.
Face a cem homens ou a uma multidão de cinco que representam vinte ou cinco pães de cevada? Que representa esta ínfima porção face às necessidades daqueles que se apresentam diante dos olhos do profeta e de Jesus?
Elevando a reflexão a uma forma mais radical, ou essencial, a questão que nos é colocada por estes relatos é a do poder do homem face a tantos problemas que existem no mundo e afectam a humanidade, cada um de nós e dos outros com quem vivemos. Afinal que pode o homem fazer face a tantos problemas? Ele que tem tão pouco poder para alterar o que quer que seja.
Estes milagres, os cinco pães que André apresenta ao Senhor Jesus, bem com os vinte que são ofertados a Eliseu, mostram que afinal Deus tem em muito pouca conta a quantidade, o pouco que podemos oferecer. Deus não olha à quantidade, olha sim e de uma forma fundamental à capacidade do homem de aportar alguma coisa, de entregar alguma coisa, mesmo que seja pequena ou até miserável.
O importante é o dar, o entregar, essa disponibilidade para participar, porque Deus não quer fazer tudo sozinho, quer que o homem participe no processo de redenção e construção do Reino de Deus. À luz da mensagem evangélica e dos milagres das leituras deste domingo, Deus não prescinde do homem, de cada um de nós, no processo de salvação. A salvação está também na mão do homem, na medida em que está disponível e disposto à colaboração divina.
Podemos dizer que é essa uma das grandes mensagens deste domingo para cada um de nós, cristãos e discípulos de Jesus Cristo. Deus convida-nos à redenção da humanidade através da nossa solidariedade, da nossa capacidade para disponibilizarmos o pouco ou o muito que tenhamos ou sejamos.
Juntamente com esta mensagem e convite aparece-nos um outro convite ou até aviso. O que temos para oferecer, para partilhar pode ser pouco, insuficiente para as necessidades que se nos deparam diante dos olhos, mas ainda assim não podemos deixar de partilhar. Não podemos cair ou deixar-nos levar por essas grandes tentações que são o quietismo e providencialismo, ou seja pensar que outros poderão dar mais e melhor, ou que compete a Deus fazer alguma coisa. São dois pecados, se assim os podemos chamar, nos quais incorremos frequentemente, pois pensamos muitas vezes que não adianta nada o pouco que podemos fazer ou dar.
Confiar na providência divina, que é algo necessário e inerente à nossa fé, tem esse risco de nos desresponsabilizar, de nos descomprometer daquilo que está à nossa mão e alcance fazer. É um risco que não podemos correr, que não nos podemos permitir, porque confiar na providência divina significa também que aplicamos e dispomos o que é nosso para que Deus actue. Confiar na providência divina significa procurar actualizar o Reino de Deus, fazer o que está ao nosso alcance para que tal aconteça e seja verdade.
Ora isto exige de nós um processo de conversão, uma transformação da nossa vida, um cuidado e vigilância constantes porque como dizíamos antes é muito fácil cairmos nas tentações de não fazermos nada e deixarmos tudo para os outros fazerem, inclusive Deus.
A tarefa que Jesus atribui aos discípulos de distribuírem o pão e depois de recolherem os restos em cestos é afinal esta tarefa de conversão a que cada um de nós está chamado. Partimos do reconhecimento que é pouco o que temos para dar, mas ainda assim damos e colocamos à disposição. No fim da missão cumprida, da satisfação, da acção de Deus através do que dispusemos, recolhemos o que sobra, não os louros nem os louvores, mas uma nova realidade que é capaz de encher o cesto de cada um, as suas necessidades mais profundas de realização e de amor.
Peçamos ao Senhor neste domingo que nos ajude a libertar dos nossos medos e preconceitos relativamente ao pouco que podemos dar. E dando o nosso pouco nos colme com a sua graça e misericórdia de modo a regressarmos de cesto cheio.
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