sexta-feira, 9 de julho de 2010

São João de Colónia - Mártir Dominicano

João Heer nasceu na Alemanha nos meados do século XVI. Filho da Província Dominicana da Teutónia, viveu os seus primeiros anos como religioso no convento de Colónia, do qual adquiriu o apelido, e onde se destacou pela sua virtude e formação.
Em 1572, num momento em que o movimento calvinista atingia grandes vitórias na zona da actual Holanda, frei João Heer foi viver para Hornaer com o objectivo de ajudar os católicos que ali sofriam dura perseguição por parte dos calvinistas. Aí exerceu a sua missão de dominicano e pregador como pároco.
Foi detido pelos calvinistas no momento em que celebrava o baptizado de uma criança recém nascida na cidade de Gorkum, e depois de várias vezes e secretamente ter prestado assistência espiritual e ministrado os sacramentos aos religiosos e sacerdotes locais que entretanto tinham sido presos.
No dia 8 de Julho o Príncipe de Orange, Guilherme o Silencioso, enviou uma carta ao Conde Lumey, comandante das chamadas Watergeuzen, guardas dos mares, que tinham conquistado a cidade de Gorkum, para que libertasse todos os religiosos e sacerdotes detidos.
Não satisfeito com a decisão e ordem do Príncipe, o comandante Lumey com as suas tropas recolheu todos os detidos e encaminhou-os para a cidade de Brielle do Mosa, no sul da Holanda, onde a 9 de Julho de 1572, fora dos muros da cidade, num velho moinho, enforcou frei João Heer juntamente com mais outros dezoito religiosos e presbíteros provenientes na sua maioria da cidade de Gorkum. Depois de enforcados os seus corpos foram esquartejados.
Todos eles foram mortos por causa das doutrinas católicas sobre a presença real na Eucaristia e o primado do Pontífice Romano, que se recusaram a abjurar como desejavam os seus algozes. Clemente X beatificou-os em 24 de Novembro de 1675 e Pio IX canonizou-os a 29 de Junho de 1867.
Iconograficamente São João de Colónia é habitualmente apresentado com o hábito dominicano, uma corda ao pescoço, instrumento do seu martírio, segurando uma píxide, simbolo da Eucaristia, ou a palma do martírio.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Obrigada por esta partilha sobre os Santos Dominicanos. Este texto faz-me reflectir sobre a brutalidade do ser humano. Infelizmente não é um texto histórico. O contexto histórico é diferente, os números são diferentes, mas não precisamos recuar muito para sabermos que as perseguições continuam e tomamos conhecimento de factos semelhantes no século que vivemos ou no século passado. Interrogo-me sobre os milhares de pessoas que vivem em países aonde não existe liberdade religiosa e politica.
    Não consigo avaliar o sacrifício infligido a tantos milhares de católicos, religiosos e sacerdotes que sofreram para que a humanidade possa, hoje, desfrutar do testemunho de Jesus.
    Digo em silêncio que não sou merecedora, muitas vezes, da graça divina. Não sei valorizar e aproveitar a oportunidade de viver num lugar e num tempo em que posso praticar a religião que professo.
    Bem haja Frei José Carlos por esta partilha histórica que nos faz reflectir sobre o presente e o futuro.
    Que Jesus o proteja e abençoe. MJS

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  2. Bom dia frei José Carlos,
    S. João de Colónia, um filho de S. Domingos, de vida santificada pelo culto da virtude, de consagração a Deus e doação ao próximo. Cingido pela coroa do martírio, ficou-nos como exemplo da entrega de Jesus por nós, da Sua presença diária na Eucaristia. Que seja mais um companheiro na nossa caminhada de leigos, pedindo-lhe que nos ajude sempre a dar a cara por Ele, quaisquer que sejam as circunstâncias da vida.
    Tenha um bom fim de semana,
    GVA

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