Na leitura da Carta ao Efésios, que acabámos de escutar, São Paulo diz que os dias que correm são maus. É uma afirmação que ele faz não só devido às dificuldades da pregação da Palavra da Salvação, mas também devido aos problemas que enfrentava em cada uma das comunidades fundadas por si e às diversas perseguições de que era alvo.
Também nós hoje fazemos a mesma afirmação, a crise económica mundial com tudo o que ela acarreta leva-nos a dizer que os dias que correm são maus. Olhando para a sociedade e cultura e os valores que as orientam podemos afirmar o mesmo, os dias em que vivemos são maus.
Esta situação não é no entanto apenas exclusiva do tempo de São Paulo ou dos nossos dias, porque desde que o pecado foi introduzido no mundo e no projecto de Deus que as coisas deixaram de correr bem. Desde esse momento que há dias maus, que as coisas não correm bem, que podemos falhar e fazer o que não convém nem é o melhor.
Perante esta realidade São Paulo convida os Efésios e convida-nos a cada um de nós a viver de uma forma sensata e responsável, a aproveitar o tempo presente para construir obras de justiça e de verdade que são as obras de Deus.
Contudo, e tendo em conta a sociedade e cultura em que vivemos este convite de São Paulo torna-se algo difícil. A nossa cultura assenta no imediato, na satisfação e no prazer momentâneos, num consumo quer de produtos quer de pessoas de forma descartável. Tudo serve enquanto dura, enquanto nos satisfaz e não nos coloca problemas nem questões.
Perante esta cultura as grandes questões do homem não só não têm resposta como nem sequer são colocadas. Questões como quem sou, de onde venho e para onde vou, deixaram de ter lugar, pois tão pouco há respostas para elas. Nesta cultura do consumo e da satisfação tudo existe em função do momento presente. Existimos e movemo-nos para a satisfação imediata.
Para um cristão, para alguém que se quer afirmar como verdadeiro discípulo de Jesus Cristo as respostas para estas perguntas existem desde sempre, pois sabemos que somos filhos de Deus e herdeiros do Reino dos Céus, vimos de Deus, somos obras do seu amor, e vamos para Deus, porque só nele encontramos a verdadeira e total satisfação do nosso desejo de felicidade.
Viver de acordo com esta realidade, com as respostas cristãs às questões existenciais, implica viver com a prudência de que fala a Sabedoria na primeira leitura da Liturgia da Palavra deste domingo. Devemos viver prudentemente, usufruindo das realidades que este mundo e esta cultura nos proporcionam, mas sempre conscientes que elas são passageiras, que elas devem estar ao serviço da nossa realização total, e que devem ser imbuídas da marca cristã na medida em que temos e podemos agir sobre elas, criá-las ou recria-las.
Mas esta vivência, e a sua coerência só são possíveis na medida em que nos abrimos ao Espírito Santo. Para tal temos que uma vez mais seguir o convite de São Paulo, procurando dar tempo e espaço na nossa vida ao louvor de Deus com hinos, salmos e cânticos de acção de graças.
É a oração, esse acto ou modo de ser tão intrínseco ao ser religioso, e portanto ao ser cristão. Numa cultura do imediato e do consumo temos que fazer a experiência da gratuidade da oração, de como é bom termos algum tempo para Deus e nesse tempo para Deus um tempo para nós e para a nossa vida, porque o tempo dedicado a Deus é verdadeiramente um tempo dedicado à nossa vida e a nós próprios. Neste tempo de verão e de férias deveríamos aproveitar a oportunidade de estarmos mais livres e até mais tranquilo para nos dedicarmos a esse exercício.
Contudo, para nós cristãos a oração e a relação com Deus não é apenas algo individual, é fundamentalmente comunitário e por isso um momento a partilhar por todos e com todos.
A Eucaristia é neste sentido o centro da nossa vida, pois como nos diz Jesus no Evangelho de São João na Eucaristia alimentamo-nos do Pão do Céu, do verdadeiro Pão da Vida, que não é mais que a sua carne e o seu sangue, a sua vida, entregue por cada um de nós. Através deste alimento conseguimos não só alimentar e fortalecer a nossa relação com Deus, mas também a nossa vida social, familiar, e comunitária. A Eucaristia é a vida entregue de Jesus e nesse sentido de cada vez que participamos dela a nossa vida torna-se também entregue como a de Jesus, e podemos por isso conjuntamente e em união com Deus alterar os rumos dos acontecimentos e da história.
Peçamos assim ao Senhor Jesus que não nos falte este alimento celestial e que através da sua participação a nossa vida se torne significativa e verdadeiramente proveitosa para a construção do Reino de Deus.
Também nós hoje fazemos a mesma afirmação, a crise económica mundial com tudo o que ela acarreta leva-nos a dizer que os dias que correm são maus. Olhando para a sociedade e cultura e os valores que as orientam podemos afirmar o mesmo, os dias em que vivemos são maus.
Esta situação não é no entanto apenas exclusiva do tempo de São Paulo ou dos nossos dias, porque desde que o pecado foi introduzido no mundo e no projecto de Deus que as coisas deixaram de correr bem. Desde esse momento que há dias maus, que as coisas não correm bem, que podemos falhar e fazer o que não convém nem é o melhor.
Perante esta realidade São Paulo convida os Efésios e convida-nos a cada um de nós a viver de uma forma sensata e responsável, a aproveitar o tempo presente para construir obras de justiça e de verdade que são as obras de Deus.
Contudo, e tendo em conta a sociedade e cultura em que vivemos este convite de São Paulo torna-se algo difícil. A nossa cultura assenta no imediato, na satisfação e no prazer momentâneos, num consumo quer de produtos quer de pessoas de forma descartável. Tudo serve enquanto dura, enquanto nos satisfaz e não nos coloca problemas nem questões.
Perante esta cultura as grandes questões do homem não só não têm resposta como nem sequer são colocadas. Questões como quem sou, de onde venho e para onde vou, deixaram de ter lugar, pois tão pouco há respostas para elas. Nesta cultura do consumo e da satisfação tudo existe em função do momento presente. Existimos e movemo-nos para a satisfação imediata.
Para um cristão, para alguém que se quer afirmar como verdadeiro discípulo de Jesus Cristo as respostas para estas perguntas existem desde sempre, pois sabemos que somos filhos de Deus e herdeiros do Reino dos Céus, vimos de Deus, somos obras do seu amor, e vamos para Deus, porque só nele encontramos a verdadeira e total satisfação do nosso desejo de felicidade.
Viver de acordo com esta realidade, com as respostas cristãs às questões existenciais, implica viver com a prudência de que fala a Sabedoria na primeira leitura da Liturgia da Palavra deste domingo. Devemos viver prudentemente, usufruindo das realidades que este mundo e esta cultura nos proporcionam, mas sempre conscientes que elas são passageiras, que elas devem estar ao serviço da nossa realização total, e que devem ser imbuídas da marca cristã na medida em que temos e podemos agir sobre elas, criá-las ou recria-las.
Mas esta vivência, e a sua coerência só são possíveis na medida em que nos abrimos ao Espírito Santo. Para tal temos que uma vez mais seguir o convite de São Paulo, procurando dar tempo e espaço na nossa vida ao louvor de Deus com hinos, salmos e cânticos de acção de graças.
É a oração, esse acto ou modo de ser tão intrínseco ao ser religioso, e portanto ao ser cristão. Numa cultura do imediato e do consumo temos que fazer a experiência da gratuidade da oração, de como é bom termos algum tempo para Deus e nesse tempo para Deus um tempo para nós e para a nossa vida, porque o tempo dedicado a Deus é verdadeiramente um tempo dedicado à nossa vida e a nós próprios. Neste tempo de verão e de férias deveríamos aproveitar a oportunidade de estarmos mais livres e até mais tranquilo para nos dedicarmos a esse exercício.
Contudo, para nós cristãos a oração e a relação com Deus não é apenas algo individual, é fundamentalmente comunitário e por isso um momento a partilhar por todos e com todos.
A Eucaristia é neste sentido o centro da nossa vida, pois como nos diz Jesus no Evangelho de São João na Eucaristia alimentamo-nos do Pão do Céu, do verdadeiro Pão da Vida, que não é mais que a sua carne e o seu sangue, a sua vida, entregue por cada um de nós. Através deste alimento conseguimos não só alimentar e fortalecer a nossa relação com Deus, mas também a nossa vida social, familiar, e comunitária. A Eucaristia é a vida entregue de Jesus e nesse sentido de cada vez que participamos dela a nossa vida torna-se também entregue como a de Jesus, e podemos por isso conjuntamente e em união com Deus alterar os rumos dos acontecimentos e da história.
Peçamos assim ao Senhor Jesus que não nos falte este alimento celestial e que através da sua participação a nossa vida se torne significativa e verdadeiramente proveitosa para a construção do Reino de Deus.
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