O Evangelho deste domingo continua a apresentar-nos o capítulo sexto do Evangelho de São João. Nele podemos constatar como o discurso de Jesus sobre o Pão da Vida, “quem não comer a minha carne e não beber o meu sangue não terá a vida eterna”, provocou um escândalo tremendo entre o grupo dos seus discípulos, ao ponto de muitos o considerarem como louco e por isso o abandonarem.
Perante este escândalo, e abandono de tantos, Jesus coloca a questão radical, interroga aqueles que não o tinham abandonado se também eles se querem ir embora. E esta questão é extremamente importante, é verdadeiramente radical, não só porque reflecte a grande crise que afectou o grupo dos discípulos e que encontramos referida também nos outros Evangelhos, mas sobretudo porque coloca em questão a identidade de Jesus. Não a sua concepção pessoal de identidade, de quem era, mas a concepção que os discípulos faziam da sua pessoa.
Para muitos discípulos Jesus era um profeta, para outros era o Messias esperado, para outros ainda era o terrorista que iria revolucionar o jugo romano, para uns outros era a possibilidade de uma ascensão política ou social, para alguns outros era alguém que estava possesso pelo demónio. Portanto cada um via Jesus de acordo com as suas expectativas, com os seus preconceitos, com os seus desejos mais mundanos.
E Jesus tem consciência disto, tem consciência destes interesses que giram na sua órbita, bem como do escândalo que provocou com as suas palavras. Não foi a possibilidade de comer a sua carne ou beber o seu sangue o que tinha provocado o escândalo, não é plausível aceitar uma compreensão literal das suas palavras por parte dos seus discípulos. O que provocou o escândalo foi a assumpção da sua identidade, da sua natureza divina, o contrariar de todas as expectativas geradas à sua volta.
Desta forma compreende-se que no momento da crise e perante a interrogação, nos Evangelhos Sinópticos Pedro se adiante e diga que Jesus é o Filho de Deus e no Evangelho de São João, que acabámos de escutar, diga “a quem iremos Senhor se só tu tens palavras de vida eterna”. Jesus provoca a crise entre os seus afirmando a sua natureza divina e face a essa crise só a afirmação de fé, colocada na boca de Pedro, é possível.
Jesus coloca o dedo no centro ferido da fé dos discípulos e no centro da nossa fé também ferida. Afinal quem dizemos nós que é Jesus? Quem é Jesus para nós? O que significa na nossa vida? Até que ponto não estamos também à beira de lhe virarmos as costas, ou já de costas voltadas, porque afinal não corresponde às nossas expectativas?
Encontramo-nos na mesma situação do povo de Israel junto ao poço de Siquém, ou seja confrontados por Josué e por Deus a fazer uma opção, ou adoramos os deuses do Egipto, ou os deuses da terra, ou servimos ao verdadeiro Deus que nos libertou. Diariamente, e na nossa fé, Deus convida-nos a fazer uma opção, a repetir as palavras de Pedro, “Senhor a quem iremos se só tu tens palavras de vida eterna”. Mas esta opção e esta adesão só podem ser realizadas pela força do Espírito Santo, pelo nosso consentimento na presença e na força de Deus nas nossas vidas. Não é uma resposta que está completamente na nossa mão, não é uma resposta que tem por fundamento as nossas simpatias, as nossas preferências. É uma resposta de fé e como tal só pela força e acção do Espírito Santo a podemos dar.
E aqui coloca-se outra questão, uma questão que pela falta de uma resposta verdadeira nos impede de optar e de aderir de uma forma mais plena e consciente. Interrogamo-nos muitas vezes se somos capazes, duvidamos dessa possibilidade e da nossa capacidade de acreditar. Perante isto, a resposta à nossa dúvida, e a essa questão da possibilidade, só pode ser que de facto somos incapazes e impotentes, mas em Cristo somos capazes de tudo, de uma opção e de uma adesão.
A nossa finitude não nos dá uma resposta, não nos deixa acreditar, mas se deixarmos de olhar para nós próprios e colocarmos os olhos em Deus e na sua obra quer criadora quer redentora, não podemos deixar de acreditar que de facto somos capazes, que de facto é possível optar por Deus e viver de acordo com a sua Palavra e o seu mandamento, a força do amor de Deus permite-nos tal, dá-nos essa capacidade.
São Paulo na Carta aos Efésios deixa-nos a afirmação deste mistério quando nos convida a amarmo-nos como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificá-la, para a apresentar a si próprio cheia de glória, sem mancha nem ruga, mas santa e imaculada. Nós somos esta Igreja pela qual Cristo se entregou e portanto devemos aproximar-nos de Deus cheios de confiança, dessa confiança que somos já obra sua e do seu amor.
Ao aproximarmo-nos do início de um novo ano laboral e académico, depois de um tempo de descanso retemperador das forças, peçamos ao Senhor que infunda em nós o seu Espírito Santo, para o buscarmos com confiança e o testemunharmos com empenho e convicção.
Perante este escândalo, e abandono de tantos, Jesus coloca a questão radical, interroga aqueles que não o tinham abandonado se também eles se querem ir embora. E esta questão é extremamente importante, é verdadeiramente radical, não só porque reflecte a grande crise que afectou o grupo dos discípulos e que encontramos referida também nos outros Evangelhos, mas sobretudo porque coloca em questão a identidade de Jesus. Não a sua concepção pessoal de identidade, de quem era, mas a concepção que os discípulos faziam da sua pessoa.
Para muitos discípulos Jesus era um profeta, para outros era o Messias esperado, para outros ainda era o terrorista que iria revolucionar o jugo romano, para uns outros era a possibilidade de uma ascensão política ou social, para alguns outros era alguém que estava possesso pelo demónio. Portanto cada um via Jesus de acordo com as suas expectativas, com os seus preconceitos, com os seus desejos mais mundanos.
E Jesus tem consciência disto, tem consciência destes interesses que giram na sua órbita, bem como do escândalo que provocou com as suas palavras. Não foi a possibilidade de comer a sua carne ou beber o seu sangue o que tinha provocado o escândalo, não é plausível aceitar uma compreensão literal das suas palavras por parte dos seus discípulos. O que provocou o escândalo foi a assumpção da sua identidade, da sua natureza divina, o contrariar de todas as expectativas geradas à sua volta.
Desta forma compreende-se que no momento da crise e perante a interrogação, nos Evangelhos Sinópticos Pedro se adiante e diga que Jesus é o Filho de Deus e no Evangelho de São João, que acabámos de escutar, diga “a quem iremos Senhor se só tu tens palavras de vida eterna”. Jesus provoca a crise entre os seus afirmando a sua natureza divina e face a essa crise só a afirmação de fé, colocada na boca de Pedro, é possível.
Jesus coloca o dedo no centro ferido da fé dos discípulos e no centro da nossa fé também ferida. Afinal quem dizemos nós que é Jesus? Quem é Jesus para nós? O que significa na nossa vida? Até que ponto não estamos também à beira de lhe virarmos as costas, ou já de costas voltadas, porque afinal não corresponde às nossas expectativas?
Encontramo-nos na mesma situação do povo de Israel junto ao poço de Siquém, ou seja confrontados por Josué e por Deus a fazer uma opção, ou adoramos os deuses do Egipto, ou os deuses da terra, ou servimos ao verdadeiro Deus que nos libertou. Diariamente, e na nossa fé, Deus convida-nos a fazer uma opção, a repetir as palavras de Pedro, “Senhor a quem iremos se só tu tens palavras de vida eterna”. Mas esta opção e esta adesão só podem ser realizadas pela força do Espírito Santo, pelo nosso consentimento na presença e na força de Deus nas nossas vidas. Não é uma resposta que está completamente na nossa mão, não é uma resposta que tem por fundamento as nossas simpatias, as nossas preferências. É uma resposta de fé e como tal só pela força e acção do Espírito Santo a podemos dar.
E aqui coloca-se outra questão, uma questão que pela falta de uma resposta verdadeira nos impede de optar e de aderir de uma forma mais plena e consciente. Interrogamo-nos muitas vezes se somos capazes, duvidamos dessa possibilidade e da nossa capacidade de acreditar. Perante isto, a resposta à nossa dúvida, e a essa questão da possibilidade, só pode ser que de facto somos incapazes e impotentes, mas em Cristo somos capazes de tudo, de uma opção e de uma adesão.
A nossa finitude não nos dá uma resposta, não nos deixa acreditar, mas se deixarmos de olhar para nós próprios e colocarmos os olhos em Deus e na sua obra quer criadora quer redentora, não podemos deixar de acreditar que de facto somos capazes, que de facto é possível optar por Deus e viver de acordo com a sua Palavra e o seu mandamento, a força do amor de Deus permite-nos tal, dá-nos essa capacidade.
São Paulo na Carta aos Efésios deixa-nos a afirmação deste mistério quando nos convida a amarmo-nos como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificá-la, para a apresentar a si próprio cheia de glória, sem mancha nem ruga, mas santa e imaculada. Nós somos esta Igreja pela qual Cristo se entregou e portanto devemos aproximar-nos de Deus cheios de confiança, dessa confiança que somos já obra sua e do seu amor.
Ao aproximarmo-nos do início de um novo ano laboral e académico, depois de um tempo de descanso retemperador das forças, peçamos ao Senhor que infunda em nós o seu Espírito Santo, para o buscarmos com confiança e o testemunharmos com empenho e convicção.
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