quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O que nos falta no virtual

 
Quando estamos unicamente no virtual não estamos na dimensão do sentimento. Falta um nível de partilha. As pessoas privam-se da linguagem afectiva que é a nossa fonte de vida.
Geneviéve de Taisne

Ilustração: Escultura do Jardim de Serralves no Porto.

2 comentários:

  1. A linguagem afectiva é indispensável ao nosso coração. É de verdade a linguagem da partilha sem a qual ficamos áridos porque sós e fechados em nós mesmos. Inter Pars

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  2. Caro Frei José Carlos,

    Quando acabei de reflectir nas palavras do “Pensamento do dia” e que intitulou “O que nos falta no virtual” não pude deixar de estabelecer a ligação com o penúltimo post que colocou da autoria de Geneviéve de Taisne e que designou “O que nos alimenta”. E, estes dois “posts” levam a interrogar-me sobre as razões que levam na sociedade global em que vivemos à utilização preferêncial da linguagem virtual à linguagem afectiva por parte de adolescentes e adultos e quais as suas consequências.
    É uma evidência reconhecer as vantagens das tecnologias de informação e redes computacionais, e o papel que desempenham como veículo de comunicação de informação, transmissão de dados, e de aproximação entre pessoas geograficamente distantes. Porém, não podemos ignorar que reconstituem a integração de diversos indivíduos na mesma esfera, levando a uma situação paradigmática de reforço da exclusão do processo de quem não pode independentemente do motivo fazer parte desta nova etapa do desenvolvimento tecnológico, alargando a distância entre os “incluídos” e os “periféricos”.
    O ciberespaço tem-se revelado incapaz da criação de um mundo plural, espaço de verdadeira troca de todos entre si. Ao contrário, levando à segmentação por grupos de interesse (vide, e.g., Blogs, Redes Sociais, etc), pode levar, no limite, à interacção de pessoas com interesses diferentes. Sabemos mais dos que estão longe do que dos nossos vizinhos...
    Em particular, para os adolescentes que nasceram no início do século XXI a linha divisória entre mundo real e virtual é ténue ou não existe.
    Para adolescentes e adultos a tendência é e será para reconstituir no mundo real a linguagem e os relacionamentos do mundo virtual. Que consequências para o indivíduo e para a Humanidade?
    À guisa de conclusão, talvez possa dizer que o mundo virtual é um espaço de encontros para poucos, entre outras razões porque falta, por receio, por defesa, porque não aprendemos, a partilha …” da linguagem afectiva que é a nossa fonte de vida”, como nos recorda Geneviéve de Taisne.
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos levam a questionar-nos em permanência.
    Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde. Bom descanso.
    Um abraço mui fraterno e amigo,
    Maria José Silva

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