terça-feira, 24 de março de 2015

Eu sou lá de cima! (Jo 8,23)

Haveis de procurar-me diz Jesus aos fariseus, haveis de procurar-me e não me encontrareis, morrereis nos vossos pecados.
Porque eu sou lá de cima, eu não sou deste mundo, vou partir.
Quando levantardes o Filho do homem sabereis verdadeiramente que Eu Sou, porque Aquele que me enviou está comigo.
Sabemos Senhor que és lá de cima, que não és deste nosso mundo.
Sabemos que és um Deus escondido, na nossa carne ocultaste a tua divindade, para vencer a morte e nos resgatar da sua mão.
Sabemos que te fizeste homem para que te encontrássemos, porque sem te encontrar morreremos nos nossos pecados.
E buscamos-te Senhor, buscamos encontrar-te, com os olhos postos no chão buscamos a tua presença, no pó da terra procuramos ver-te.
Mas tu vives lá em cima, no alto, para onde temos dificuldade em olhar.
O sol cega-nos, cansa-nos, faz-nos desviar o olhar, tal é o seu brilho, a sua luz.
E então não vemos, ou quando vislumbramos o que vemos não queremos ver.
O teu alto é a cruz, na qual o teu corpo ferido está exposto ao nosso olhar.
É na cruz que te elevas, que regressas ao Pai que te enviou, mas onde permaneces para o nosso olhar cansado.
A cruz é o sinal da tua presença oculta e visível entre nós, é o lugar da busca e do encontro.
Senhor, que os meus olhos se elevem, e na cegueira da luz divina e do corpo desfigurado te encontrem.
 
Ilustração:
“Jesus é elevado na cruz”, de Charles Le Brun, Museu de Belas Artes de Troyes.

3 comentários:

  1. Caro Frei José Carlos,

    Como Jesus disse e recorda-nos no texto da Meditação que teceu continuamos a procurá-Lo, a buscá-Lo, na esperança de um encontro. Acreditamos que o Senhor está connosco, que a Caminhada é feita conjuntamente. Invisível, é um Deus connosco, reconhecemo-Lo no nosso interior quando nos abrimos para que habite em cada um de nós, e no rosto do nosso próximo. É a Luz que nos ilumina, o sopro suave que nos toca em silêncio.
    Como nos afirma ...” E buscamos-te Senhor, buscamos encontrar-te, com os olhos postos no chão buscamos a tua presença, no pó da terra procuramos ver-te.
    Mas tu vives lá em cima, no alto, para onde temos dificuldade em olhar. (…)
    (...) É na cruz que te elevas, que regressas ao Pai que te enviou, mas onde permaneces para o nosso olhar cansado.”…
    Um grande obrigada, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, profunda, tão oportuna, que nos desafia, recordando-nos que…” A cruz é o sinal da tua presença oculta e visível entre nós, é o lugar da busca e do encontro.”…
    Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e peçamos ao Senhor, ...” que os meus olhos se elevem, e na cegueira da luz divina e do corpo desfigurado te encontrem.”
    Obrigada pela ilustração. Que o Senhor o ilumine e o cumule de todas as bênçãos.
    Votos de um bom dia, com paz, alegria, confiança e esperança.
    Um abraço mui fraterno,
    Maria José Silva

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  2. É preciso ter coragem para vencer o esplendor da luz do sol, para ultrapassar a inércia que nos prende ao pó onde Jesus não está, para seguir o caminho, que nos aguarda, mesmo sem ver. A resposta de Jesus nem sempre é imediata. Lázaro teve que esperar três dias...Por quê? Inter pars

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  3. A espera pela resposta que tarda é sempre um problema de Fé. I.T.

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