Uma vez mais as pedras
estão nas mãos, um ódio de morte trespassa os olhos daqueles homens que diante
das palavras apenas encontram uma blasfémia:
“Tu sendo homem te
fazes Deus”!
Que escândalo para os
ouvidos e para os corações empedernidos, um homem que se quer fazer Deus, mas
que alegria e que paz para aqueles que buscam a verdade, que de coração contrito
procuram a fonte que pode saciar a sua sede e aliviar a sua dor.
Sagrada blasfémia que
nos abre a porta e nos conduz de regresso à nossa verdadeira identidade, que
nos abre os olhos para o Pai que nos espera de braços abertos desde toda a
eternidade.
Desta forma não
podemos deixar de assumir como nossa e de a procurar viver em toda a sua radicalidade
esta blasfémia de Jesus. Também nós temos que assumir diante dos homens e face
às pedras que matam que somos deuses, que também a nós o Pai se dirige nos
dizendo, “sois meus filhos muito amados”.
Somos deuses porque
fomos criados à sua imagem e semelhança, somos deuses porque o seu Espirito
habita em nós, somos deuses porque no nosso coração e na nossa vida a força do
amor nos conduz, somos deuses porque o Verbo habitou a nossa carne e restaurou
em nós a face divina desfigurada pelo pecado, somos deuses porque Deus nos ama
infinitamente.
E na nossa carne
limitada e finita, nos nossos corpos tantas vezes desfigurados e abandonados,
ultrajados ou violentados, tal como no corpo de Jesus exposto na cruz aos
olhares dos algozes, somos desafiados a encontrar-nos com a nossa divinidade, a
nossa e a dos nossos irmãos.
O convite a contemplar
a cruz na Semana Santa que se aproxima, o rosto desfigurado de Jesus e o seu
corpo suspenso na cruz, é um convite a fazer a experiência do esplendor e da
vida divina que se esconde sobre os andrajos da nossa humanidade, a vê-la
presente quando aos nossos olhos parece ausente.
Ilustração:
“Jesus carregando a
cruz”, de Niccolò Frangipane, Museu Carmen Thyssen, Málaga.
Caro Frei José Carlos,
ResponderEliminarElevar-nos ...”à nossa verdadeira identidade” é como nos recorda, é levar cada um de nós a …” assumir diante dos homens e face às pedras que matam que somos deuses, que também a nós o Pai se dirige nos dizendo, “sois meus filhos muito amados”.”…
E, como nos exorta, ...”somos desafiados a encontrar-nos com a nossa divinidade, a nossa e a dos nossos irmãos.”…
Um grande obrigada, Frei José Carlos, pela partilha do texto da Meditação, profunda, que nos desafia, cuja reflexão nos conduz a ver o invisível, porque no convite que nos dirige, importante e que nos dá confiança e esperança, ...” contemplar a cruz na Semana Santa que se aproxima, o rosto desfigurado de Jesus e o seu corpo suspenso na cruz, é um convite a fazer a experiência do esplendor e da vida divina que se esconde sobre os andrajos da nossa humanidade, a vê-la presente quando aos nossos olhos parece ausente,” como nos salienta.
Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
Votos de um bom dia, com paz, alegria, confiança e esperança.
Um abraço mui fraterno,
Maria José Silva
um abraço de parabéns e votos de um bom dia!
ResponderEliminarJoão H
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAgradeço-lhe a bela e maravilhosa partilha deste texto que propôs para Meditação.Profundo e esclarecedor nas suas palavras e pela sua ilustração.Saibamos aceitar o convite,como nos diz o Frei José Carlos no texto e,contemplar a cruz na Semana Santa que se aproxima,o rosto desfigurado de Jesus e o seu corpo suspenso na cruz,é um convite a fazer a experiência do esplendor e da vida divina que se esconde sobre os andrajos da nossa humanidade,a vê - la presente quando aos nossos olhos parece ausente.Obrigada,Frei José Carlos,gostei muito desta reflexão.Que o Senhor o ilumine o abençoe e o ajude.Bem-haja.
Um abraço fraterno.
AD