O Evangelho de São Marcos que escutámos neste domingo é bastante sugestivo nas parábolas e comparações que Jesus utiliza, ainda que hoje em dia, e face à cultura urbana em que a maior parte de nós vive, e sobretudo os mais novos, se tornem parábolas estranhas e por vezes até incompreensíveis. Contudo, e por causa dessa mesma possibilidade de abrirem os nossos olhos e horizontes para outras realidades, não podemos passar ao seu lado nem deixar de correr esse risco de falarmos de algo que pode não ser compreendido.
A ideia do crescimento de uma planta, de uma árvore, seja ela a mostardeira ou o cedro de que ouvíamos falar na leitura da Profecia de Ezequiel, é bastante sedutora e acertada para falar do Reino de Deus, para falar de cada um de nós enquanto membros desse Reino. É uma ideia grandiosa, porque as árvores são grandiosas, mas simultaneamente terrível porque nos coloca perante essa inevitabilidade de que como todas as sementes e plantas estamos destinados a crescer, a desenvolver e a dar frutos. Até os bonsais precisam crescer para poderem ser talhados artisticamente.
Seguindo a parábola de Jesus podemos dizer que cada um de nós é uma árvore, mais ou menos desenvolvida, mais ou menos selvagem, mas todas e cada uma consequência dessa semente de graça que nos foi colocada no dia do nosso baptismo. Foi no nosso baptismo que, podemos assim dizer, foi plantada a semente que nos transforma em árvores de fruto.
Com o passar dos anos essa pequena semente germinou, deitou raízes, os primeiros ramos e cresceu. Por vezes, ou até muitas vezes, sem darmos por isso, em silêncio como o fazem também as árvores que povoam as nossas florestas e jardins. Por esta razão, por não nos darmos conta do seu crescimento, ou enfezamento, porque também acontece, muito frequentemente não nos apercebemos do cuidado que lhe é devido. E assim encontramos árvores minúsculas, cristãos tão envergonhados da sua fé que não são capazes de se apresentarem, outras vezes árvores tão frágeis que não sabemos se resistirão aos ventos fortes do inverno, cristãos que se esqueceram de crescer para os lados, de esticar os ramos da solidariedade e da fraternidade, braços esses que fortalecem o tronco e encorpam a árvore e fazem com que resista aos embates da vida.
Nesta vasta floresta do Reino de Deus encontramos ainda aquelas árvores que de tão magníficas e fortes que são já não olham as outras que estão à sua volta e necessitam que lhes deixem um espaço para crescer; são os cristãos orgulhosos e senhores da verdade que apenas crescem a pensar em si próprios e sem olharem para a beleza da diversidade do conjunto.
Como baptizados e discípulos de Cristo temos que nos consciencializar desta nossa condição de árvores, de estarmos destinados a crescer, para o alto, buscando o sol que nos dá a vida, que nos eleva da nossa condição de finitude; mas, ao mesmo tempo que crescemos para o alto, temos que estender os ramos para os lados abraçando as árvores nossas companheiras, permitindo que à sombra dos nossos ramos se abriguem aqueles que andam cansados e buscam uma sombra refrescante.
É este crescer horizontal que nos fortalece e nos permite elevar-nos com maior capacidade de resistência aos embates do vento forte das provações e aos momentos de sequia e escuridão das noites sem sentido. Um crescimento consubstanciado exige esse elevar-se e alargar-se, assim como o aprofundar das raízes na terra, sem a qual não sobreviveremos.
E aprofundamos as raízes do nosso crescimento na medida em que vamos dando conta da nossa condição humana, das suas riquezas e fragilidades, e de como a partir delas e só a partir delas é que podemos alimentar o que somos e o que Deus quer que sejamos. Para dar-mos frutos para o Reino de Deus temos assim que aprofundar as raízes da nossa humanidade, alargar os ramos da nossa fraternidade e solidariedade e nunca deixar de ter os olhos postos no sol que nos eleva e faz crescer sem que demos conta disso. Há um crescimento triplo que faz com que a árvore, com que cada um de nós progrida e chegue a dar bons frutos.
Peçamos ao Senhor, neste domingo em que São Paulo também nos diz que cada um de nós será julgado pelo bem ou pelo mal que tiver feito nesta vida, que nesta nossa condição de árvores nos alimente da seiva da sua graça para chegarmos ao juízo da nova vida carregados de frutos de bem, de verdade, de justiça e de amor.
A ideia do crescimento de uma planta, de uma árvore, seja ela a mostardeira ou o cedro de que ouvíamos falar na leitura da Profecia de Ezequiel, é bastante sedutora e acertada para falar do Reino de Deus, para falar de cada um de nós enquanto membros desse Reino. É uma ideia grandiosa, porque as árvores são grandiosas, mas simultaneamente terrível porque nos coloca perante essa inevitabilidade de que como todas as sementes e plantas estamos destinados a crescer, a desenvolver e a dar frutos. Até os bonsais precisam crescer para poderem ser talhados artisticamente.
Seguindo a parábola de Jesus podemos dizer que cada um de nós é uma árvore, mais ou menos desenvolvida, mais ou menos selvagem, mas todas e cada uma consequência dessa semente de graça que nos foi colocada no dia do nosso baptismo. Foi no nosso baptismo que, podemos assim dizer, foi plantada a semente que nos transforma em árvores de fruto.
Com o passar dos anos essa pequena semente germinou, deitou raízes, os primeiros ramos e cresceu. Por vezes, ou até muitas vezes, sem darmos por isso, em silêncio como o fazem também as árvores que povoam as nossas florestas e jardins. Por esta razão, por não nos darmos conta do seu crescimento, ou enfezamento, porque também acontece, muito frequentemente não nos apercebemos do cuidado que lhe é devido. E assim encontramos árvores minúsculas, cristãos tão envergonhados da sua fé que não são capazes de se apresentarem, outras vezes árvores tão frágeis que não sabemos se resistirão aos ventos fortes do inverno, cristãos que se esqueceram de crescer para os lados, de esticar os ramos da solidariedade e da fraternidade, braços esses que fortalecem o tronco e encorpam a árvore e fazem com que resista aos embates da vida.
Nesta vasta floresta do Reino de Deus encontramos ainda aquelas árvores que de tão magníficas e fortes que são já não olham as outras que estão à sua volta e necessitam que lhes deixem um espaço para crescer; são os cristãos orgulhosos e senhores da verdade que apenas crescem a pensar em si próprios e sem olharem para a beleza da diversidade do conjunto.
Como baptizados e discípulos de Cristo temos que nos consciencializar desta nossa condição de árvores, de estarmos destinados a crescer, para o alto, buscando o sol que nos dá a vida, que nos eleva da nossa condição de finitude; mas, ao mesmo tempo que crescemos para o alto, temos que estender os ramos para os lados abraçando as árvores nossas companheiras, permitindo que à sombra dos nossos ramos se abriguem aqueles que andam cansados e buscam uma sombra refrescante.
É este crescer horizontal que nos fortalece e nos permite elevar-nos com maior capacidade de resistência aos embates do vento forte das provações e aos momentos de sequia e escuridão das noites sem sentido. Um crescimento consubstanciado exige esse elevar-se e alargar-se, assim como o aprofundar das raízes na terra, sem a qual não sobreviveremos.
E aprofundamos as raízes do nosso crescimento na medida em que vamos dando conta da nossa condição humana, das suas riquezas e fragilidades, e de como a partir delas e só a partir delas é que podemos alimentar o que somos e o que Deus quer que sejamos. Para dar-mos frutos para o Reino de Deus temos assim que aprofundar as raízes da nossa humanidade, alargar os ramos da nossa fraternidade e solidariedade e nunca deixar de ter os olhos postos no sol que nos eleva e faz crescer sem que demos conta disso. Há um crescimento triplo que faz com que a árvore, com que cada um de nós progrida e chegue a dar bons frutos.
Peçamos ao Senhor, neste domingo em que São Paulo também nos diz que cada um de nós será julgado pelo bem ou pelo mal que tiver feito nesta vida, que nesta nossa condição de árvores nos alimente da seiva da sua graça para chegarmos ao juízo da nova vida carregados de frutos de bem, de verdade, de justiça e de amor.
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