Todo o discurso sobre o “valor” da vida é sem qualquer dificuldade niilista,
mesmo quando se conclui em favor dela. O que “vale”, vale “tanto”. Esta quantidade
ou esta qualidade mede-se a partir dum critério exterior ou duma equivalência
universal. A vida deverá então valer por outra coisa que não ela própria. Mas que
é essa outra coisa para além da vida, senão a morte ou o nada? E que será a sua
indexação numa gelha tarifária senão a destruição da sua individualidade? Esta avaliação
geral, mesmo positiva, corresponderia à destruição da sua singularidade em cada
um.
Fabrice Hadjadj, Le paradis à la porte, 153.
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