A multidão que em
massa procura Jesus pede um sinal, pede sinais, uma exteriorização do seu poder
e da sua pessoa. Não lhes bastava os milagres e as curas, os que andavam, os
que viam, aqueles que diziam terem sido alimentados por Jesus. Aqueles homens e
aquelas mulheres pediam mais, queriam algo de extraordinário.
E surpreendentemente
Jesus apresenta-lhes Jonas, o profeta Jonas, como resposta aos seus pedidos e
desejos. Jesus remete-os para Jonas como um sinal possível, como aquele que
lhes poderia indicar uma resposta, que lhes poderia dar uma luz.
Sinal inusitado e
estranho até, na medida em que Jonas não era propriamente um exemplo de
obediência, de obediência pronta e imediata à Palavra de Deus. Pelo contrário,
a sua história deixa ver um personagem um pouco ridículo, fraco, que se debate
interiormente sobre o que fazer, quase sem grande personalidade, desertando
face à missão que lhe é destinada.
Jonas não era, pela
sua vida e pelo seu exemplo, grande sinal, mas podia-o ser para aqueles que quisessem
ver na medida da salvação de que tinha sido objecto, salvação “in extremis”
operada por Deus, que pode salvar mesmo quando o homem lhe tenta escapar.
O sinal de Jonas é
afinal o sinal de todas as nossas contradições, dos nossos medos e deserções, do
nosso titubear face aos apelos de Deus, mas é também o sinal da acção de Deus,
da salvação de Deus que vem ao encontro da fraqueza humana. Por isso Jesus não
podia apelar para outro sinal mais eloquente para revelar quem era e qual era a
sua missão.
Face a este sinal e ao
que representa procuremos pois converter-nos, tal como se converteram os habitantes
de Nínive, assumindo a nossa debilidade e fraqueza mas também a graça de Deus
que nos é oferecida em cada tempo e lugar.
Ilustração: “Jonas
saindo do ventre da baleia”, de Jacopo Tintoreto, Veneza.
É extraordinário o sinal de Jonas porque nos dá a certeza de que não importa se somos pobres, pecadores, se nos afastamos de Deus. Ele, conta connosco e espera por nós, dando-nos a Graça que nos faz ultrapassar deficiências e debilidades. CR1
ResponderEliminarCaro Frei José Carlos,
ResponderEliminarDeus na Sua imensa misericórdia espera por todos. Perante o mistério da vida, continuamos a interrogar-nos sobre as questões que permanecem sem resposta. No peregrinar da vida, saibamos entregar-nos nas mãos de Deus como somos, confiar que nos escuta, esperar, e agradecer a graça de Deus com que somos abençoados.
Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação que nos conforta e dá esperança, por recordar-nos que …”O sinal de Jonas é afinal o sinal de todas as nossas contradições, dos nossos medos e deserções, do nosso titubear face aos apelos de Deus, mas é também o sinal da acção de Deus, da salvação de Deus que vem ao encontro da fraqueza humana.”…
Que o Senhor o ilumine e o cumule de todas as bençãos.
Bom descanso.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva