quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Feliz o servo fiel e prudente! (Mt 24,46)

Jesus, ao dizer aos seus discípulos que serão felizes aqueles que forem encontrados a proceder como servos fiéis e prudentes, colocados à frente da casa para dar o alimento no tempo oportuno ao seu senhor, apresenta-nos uma outra e nova bem-aventurança.
Uma bem-aventurança que obrigatoriamente nos devia sustentar face ao nosso trabalho, aos nossos cuidados quotidianos. O Senhor confiou-nos na criação o trabalho como forma de colaboração na sua obra e devíamos estar radiantes de satisfação por podermos colaborar e contribuir para a obra do nosso criador.
Satisfação que deve redobrar na medida em que percebemos que esta bem-aventurança encerra em si uma carga profunda de esperança, porque não só nos fala do mistério que une Deus ao homem, mas também da fidelidade daquele que vem ao nosso encontro, do Senhor que vem e espera ser servido.
Esta bem-aventurança revela-nos um Deus que não vem ao nosso encontro para nos espoliar dos nossos bens, da nossa alegria e satisfação do alcançado e construído, mas para nos dar o verdadeiro bem, que é Ele próprio.
Esta bem-aventurança não nos revela um deus ladrão e ciumento, nem nos carrega de culpabilização pelo que fazemos e tantas vezes temos que fazer deixando outras coisas para trás, tantas vezes até o próprio Deus em que acreditamos.
Esta bem-aventurança revela-nos que somos chamados à fidelidade, ao cuidado, à vigilância, a perceber que tudo o que fazemos deve estar orientado e iluminado para uma plenitude que não está na nossa mão mas que nos é oferecida e vamos lançando progressivamente enquanto a temos presente naquilo que fazemos e construímos.
Que o Senhor nos encontre felizes naquilo que fazemos neste dia!

 
Ilustração: “Jesus na marcenaria de São José”, de Matteo Pagano, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

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