Nós, os homens, temos
infelizmente necessidade de passar por todos os sofrimentos para compreender,
vivendo-os, os sofrimentos do mundo inteiro, e tornarmo-nos dessa forma capazes
de compreender os de Cristo.
Carta do Arquimandrita
Sofrónio ao Padre Boris Stark
Ilustração: Estátua de
homenagem a Philibert-Berthelier, mártir da independência de Genebra no século
XVI.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarNem todos precisamos passar pelo “sofrimento para compreender o sofrimento” dos outros e de Cristo. E no peregrinar da vida não é somente o sofrimento que nos transforma. Porém, muitos de nós, nas nossas reflexões, meditações, interrogamo-nos, dizemos intimamente, e sabemos que determinados acontecimentos que ocorreram na vida de cada um de nós quebraram, às vezes, demasiado cedo, uma certa ilusão sobre a condição humana, o que nos tornou mais sensíveis aos sofrimentos dos outros, nossos irmãos, e à agonia e paixão de Cristo antes da cruxificação e que se manifestou como muitos outros seres humanos.
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, profundas, que me tocaram particularmente. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
Votos de um bom domingo com paz, alegria, confiança e esperança.
Um abraço fraterno e amigo,
Maria José Silva
P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe de novo um poema de Frei José Augusto Mourão, OP
cura-nos
cura-nos, ó Fonte,/do temor e da incredulidade/da cegueira e desesperação/
da tristeza e do assombramento/do amor e das saudades//
livra-nos do alto dia/em que te não esperamos/e pesada e inepta está a alma//
e que a a asa da tua madrugada/nos acorde para o trabalho da fé/
e a hora da compaixão a praticar
(In, “O nome e a Forma”, Pedra Angular, 2009)