domingo, 20 de outubro de 2013

Tenho um Hábito Branco


Neste dia em que celebro o décimo segundo aniversário da Tomada de Hábito veio parar-me às mãos por meio do Facebook um texto de Jairo del Agua sobre os dominicanos, os nossos irmãos dominicanos espanhóis.
 
Como o artigo fala do Hábito branco dominicano e do seu uso e termina com a poesia ao Hábito de frei José Maria Guervos, aproveito para a traduzir neste aniversário.

 

Eu tenho um hábito, branco
Como uma vida que começa.
E, como um grito de morte,
Cobre-o uma capa negra…
E não é já a morte sinal
De terrores e de tristezas,
Não é já nem morte apenas,
Que é porta de vida eterna!

Vida e morte pela mão
Juntas pela mesma senda…
Que meditação tão profunda
O meu corpo sobre si leva!

A morte, com os seus abismos
A vida, com suas promessas
Branco é o Hábito meu
O mesmo que a açucena

E negro como a noite
De furacões e tempestades.
Branco como o sorriso
Negro como a tristeza
Branco como a alegria
E negro como a pena…
É branco como a lua
E seu cortejo de estrelas,
É negro como os ventos
Gritando entre ramos secos…

Que meditação tão profunda
O meu corpo sobre si leva!
A vida e a morte juntas
Como alegres companheiras.

Que prodígio de equilíbrio,
E que lição de prudência!
Negro e branco, morte e vida
Seguireis sendo na terra
Mas no céu sereis
Negro e branco, vida eterna!


2 comentários:

  1. Caro Frei José Carlos,

    “Eu tenho um hábito, branco/Como uma vida que começa./E, como um grito de morte,/Cobre-o uma capa negra…”/…

    Grata, Frei José Carlos, pela partilha do poema no dia em que celebrou o décimo segundo aniversário da Tomada de Hábito. Partilha profunda, pelo tema do poema, que nos deixa a meditar …, pelo título do “post” e pelo simbolismo da ilustração.
    Que o Senhor o abençoe e o guarde.
    Um abraço fraterno e amigo,
    Maria José Silva

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  2. Frei José Carlos,

    Ao ler este belo e maravilhoso texto de Jairo del Agua sobre os dominicanos, no dia da celebração do décimo segundo aniversário da sua Tomada de Hábito,fiquei maravilhada com este poema tão rico de sentido.Obrigada,Frei José Carlos,por esta surpresa muito profunda que partilhou connosco e pela excelente ilustração, que faz recordar a caminhada a Santiago de Compostela.Gostei muito.Que o Senhor o ilumine o guarde e o proteja.Desejo-lhe uma boa noite.Bem-haja,Frei José Carlos.Um abraço fraterno.
    AD

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