segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ana pôs-se a falar do menino a todos. (Lc 2,38)

Maria e José sobem ao templo para cumprir o rito da apresentação do menino. Para eles é a primeira vez que tal acontece, mas para aqueles que se encontram no templo, sacerdotes e funcionários, é apenas mais um na rotina quotidiana.
Contudo, no rebuliço dessa rotina, eis que duas pessoas se apercebem de algo especial. Simeão e Ana, que desde há muito esperavam a vinda do Messias, impelidos pelo Espirito apercebem-se que aquele menino, trazido com carinho e humildade por Maria e José, é o Messias esperado, o cumprimento de tudo o que lhes tinha sido anunciado pelos profetas.
Que alegria para ambos encontrarem-se face a face com o Messias, verem na pequenez daquele menino a acção grandiosa de Deus. Mas que responsabilidade também, pois o tempo de espera passou à história e é necessário olhar o futuro.
Tendo presente o futuro, Simeão prepara Maria para os desafios que a esperam e que esperam o Menino. A dor da perda que como uma espada há-de trespassar-lhe o coração.
Ana, numa atitude mais universal, mais abrangente, dirige-se a todos e começa a falar do Menino. Que lhes teria dito? O que anunciaria? Onde estava o extraordinário?
O texto evangélico não nos diz, mas deixa-nos o desafio da atitude, pois qualquer um, mais velho ou mais novo, não pode ficar silencioso após o encontro com o Menino. No Mistério da Incarnação acontece uma tal revolução que é impossível silenciá-la, deixá-la escondida no silêncio da nossa experiência pessoal.
O encontro com o Menino provoca-nos na partilha da boa nova, impele-nos a anunciar aos outros que Deus veio ao nosso encontro, que Deus não nos abandonou, que Deus nos ama ao ponto de se fazer uma criança para que não o temamos e o acolhamos no nosso coração e na nossa vida.
A profetisa Ana esperou até aos oitenta e quatro anos para ver o Menino, para ver cumpridas as promessas do Messias. Saibamos nós, em cada Natal, não deixar passar a oportunidade e o momento de nos encontrarmos com o Menino e de partir a anunciá-lo aos outros.

 
Ilustração: “Simeão e Ana reconhecendo Jesus”, de Rembrandt, Kunsthalle Hamburg.

 

3 comentários:

  1. Tenhamos a coragem e a alegria de não guardar Jesus só para nós mas de O levarmos connosco e de O oferecermos àqueles que nos rodeiam e contam connosco.

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  2. Frei José Carlos,

    Ao ler este belo texto do Evangelho de São Lucas ,muito profundo e esclarecedor.Obrigada,pelas excelentes palavras partilhadas connosco,gostei muito ,e pela beleza da ilustração.Bem-haja.Que o Senhor o ilumine o guarde e o abençoe.Votos de uma boa semana.Boas saídas e boas entradas.Feliz Ano Novo.Desejo-lhe uma boa tarde.
    Um abraço fraterno.
    AD

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  3. Caro Frei José Carlos,

    À semelhança da profetisa Ana sejamos levados a ir mais além, a ...” anunciar aos outros que Deus veio ao nosso encontro, que Deus não nos abandonou, que Deus nos ama ao ponto de se fazer uma criança para que não o temamos e o acolhamos no nosso coração e na nossa vida”, como nos recorda e convida no texto da Meditação que teceu.
    Cada um de nós, ao reflectir, fez algum dia, muitas vezes, essa experiência. Deus está connosco, faz o caminho a nosso lado, ainda que por vezes, estejamos distraídos(as).
    Grata, Frei José Carlos, pela partilha. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
    Desejo ao Frei José Carlos e a todos os crentes e não-crentes um Bom Ano Novo, com saúde, paz, alegria, amor e esperança. Peçamos ao Senhor que nos cumule de todas as bênçãos.
    Bom descanso.
    Um abraço mui fraterno e amigo,
    Maria José Silva

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