No Evangelho de São
Lucas sempre que Jesus tem algo de importante a realizar retira-se para rezar
antes de o fazer. Assim, quando se preparava para escolher os apóstolos, retirou-se
para a montanha para rezar e depois dessa noite passada em oração, nesse espaço
que nas histórias bíblicas permite o encontro com Deus como aconteceu com
Moisés e Elias, Jesus chamou e escolheu os doze.
Doze apóstolos cujo
nome conhecemos e em cujo rosto nos podemos rever, pois também nós, cada um de
nós, está ali presente e representado. Podemos ser Pedro na sua impetuosidade,
João na sua juventude contemplativa, Filipe que interroga e necessita respostas,
Judas que tem outras expectativas e acaba por trair o Mestre.
Os doze representam as
tribos do povo eleito, a unidade do povo que o Senhor libertou da escravidão do
Egipto, mas representam igualmente toda a humanidade nessa unidade primordial
patente no momento da criação.
Desta forma, podemos
dizer que também nós fomos chamados, cada um de nós, e somos convidados a
descer com Jesus para o meio da multidão para distribuir os dons que nos foram
confiados, para partilhar a experiência dessa eleição e chamamento que vivemos
na intimidade do alto do monte.
Todos nós fomos
escolhidos para levar a sua palavra, para permitir que a sua força se faça
sentir hoje presente no meio do mundo. O nosso nome pronunciado por Deus
apela-nos a essa missão no meio dos nossos irmãos.
“O Sacramento da Ordenação”, de Nicolas Poussin, Colecção do Duque de Rutland, National Gallery, Londres.
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