sábado, 18 de março de 2017

O pai saiu ao seu encontro. (Lc 15,28)

Jesus apresentou-lhes mais uma parábola, a eles que eram publicanos e pecadores, e a eles que eram escribas e doutores da lei. Todos tinham vindo para o ouvir, ainda que as razões fossem diferentes. Contudo, a história servia a uns e servia a outros, abrissem os ouvidos e dispusessem o coração à novidade.
Um pai com dois filhos, um pai que ama infinitamente, dois filhos que desconhecem o amor do pai. Um filho que parte e outro que fica, um que esbanja tudo o que recebe e outro que tudo guarda. Situações e histórias diferentes mas o mesmo centro, o pai que ama sem medida.
E um pai que assume no seu amor uma atitude, a do acolhimento inquestionável, a disponibilidade para ir ao encontro dos filhos, pois ambos regressam a casa, cada um da sua situação e história.
O pai da parábola é a imagem do Pai do Céu, de Deus que vem ao nosso encontro, estejamos nós mais próximos ou mais longe, cheguemos nós de histórias complicadas de aventuras e esbanjamentos ou de histórias quotidianas de rotina e austeridade.
Deus vem até àquele que pecador se dirige ao seu encontro, não querendo já nada mais que ser tratado por servo, mas que o Pai acolhe com alegria e dignidade, fazendo uma festa porque aquele filho estava morto e voltou à vida.
Deus vem ao encontro daquele que não quer entrar, que ainda que partilhando a intimidade da casa desconhece o amor do Pai por todos os filhos, desconhece a alegria do acolhimento e do encontro. Deus vem ao encontro daqueles que não querem entrar de livre vontade, e daqueles que partilhando a casa não permitem que outros entrem.
Nas fraquezas e desastres de cada filho, o pai sai sempre ao encontro, ao encontro de cada um deles e das suas situações, não querendo nada mais que cada um entre na festa do seu amor, da largueza do seu coração, faça a experiência do seu amor.
Diante deste Pai, em que acreditamos como nosso Deus Salvador, o que nos impede de nos dirigirmos a ele? O peso e a escuridão dos nossos pecados, da nossa via errante e aventureira? O peso e o desânimo das nossas rotinas? O nosso egoísmo e avareza face aos outros e face aos bens, diante do amor que nos devemos?
Deus nosso Pai não se interessa por isso, a sua misericórdia é capaz de aniquilar as nossas misérias, a ele interessa-lhe a nossa disposição ao encontro e à participação na sua festa, no seu amor. Um coração aberto e disposto a esse amor fará sempre a experiência de Deus acolhedor e em caminho até si.
Levantemo-nos pois para ir ao encontro do Pai que vem já de braços abertos!

 
Ilustração:
“O regresso do filho pródigo”, de Nikolay Losov, Museu Nacional de Belas Artes da República Bielorrússia.   

1 comentário:

  1. Será que vamos ser capazes de nos despirmos de tudo o que nos prende e ir ao encontro do Pai? Inter pars

    ResponderEliminar