Um passo em frente e novamente um suspiro, um grito de ansiedade.
A Sabedoria é agora Chefe da Casa de Israel, o poderoso que liberta e o sábio que legisla.
A Sabedoria é agora Chefe da Casa de Israel, o poderoso que liberta e o sábio que legisla.
Está presente no tempo e na história, atento aos sofrimentos do seu povo na escravidão.
É o chefe da casa de Israel, de Isaac, de Abraão, é o chefe que ilumina e conduz os chefes, é o Deus dos nossos pais.
Atento à dor e ao sofrimento não se esqueceu do seu povo e de braço estendido libertou-o das mãos dos inimigos, daqueles que os oprimiam e pretendiam aniquilá-los.
Foram as pragas, os gafanhotos e o sangue na água, o granizo de fogo e a noite escura, a morte dos primogénitos tanto dos homens como dos animais. E a passagem do anjo exterminador, a passagem do mar vermelho a pé enxuto, os cavalos e os cavaleiros submergidos pelas ondas do mar, foi a passagem pelo deserto, o encontro e o desencontro com a liberdade.
Um Chefe poderoso substituído por um touro de ouro, a vida e a liberdade esquecida por um ícone de força e de poder, a idolatria das nossas forças e do braço estendido e poderoso que não temos.
Uma manifestação aterradora, o fumo das entranhas da terra, os tremores e abalos, a voz poderosa como um trovão, o medo e a revelação da lei junto ao monte. Um compromisso, uma aliança, um jugo ou uma liberdade, mas sempre uma possibilidade de opção.
E a força e o medo, misturados numa amalgama de fé e idolatria, de libertação e subjugação. O deserto e o desencontro com Deus.
Um suspiro e um grito de socorro, vinde libertar-nos, estendei o vosso braço para nos resgatar. E apareceu uma criança, um menino indefeso e humilde, pobre, para que não nos atemorizássemos mais com a Sabedoria que chefia e comanda, que liberta e legisla. É um Deus poderoso que vem ter connosco, mas faz-se pequenino para que não o temamos, para que o aceitemos e aceitemos a sua lei, afinal é uma lei de filhos e não de bastardos ou escravos, é uma lei de amor e salvação.
E o seu poder está aí, nesse menino, nesse milagre do incomensurável, do todo-poderoso, se fazer criança, se fazer frágil e pequeno. E a nossa carne assumida e resgatada, a nossa humana condição divinizada é o seu braço estendido.
Vem Chefe da Casa de Israel, por ti esperamos para que nos conduzas à terra da promessa onde mana leite e mel.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarA partilha de hoje intitulada “Antífona do Ó do dia 18 de Dezembro” é mais um passo na preparação do período que vivemos: o Advento e afinal de todo o ano, em sentido lato, na esperança da vinda do Senhor.
... “É um Deus poderoso que vem ter connosco, mas faz-se pequenino para que não o temamos, para que o aceitemos e aceitemos a sua lei, afinal é uma lei de filhos e não de bastardos ou escravos, é uma lei de amor e salvação.”…
Obrigada Frei José Carlos pela partilha destas palavras de esperança que nos encorajam a não desistir. Bem haja.
Um abraço fraterno
Maria José Silva