quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Que fostes ver ao deserto? (Lc 7,24)

Os discípulos de João saem de cena, regressam para junto do mestre do deserto com o que viram fazer a Jesus.
Entretanto Jesus questiona a multidão sobre o profeta João, afinal o que foram ver ao deserto, porque muitos dos que se dirigiram até João foram movidos apenas pela curiosidade.
O que tinham ido ver? Uma cana agitada pelo vento? Um homem vestido de roupas finas? Um profeta? O maior dos profetas?
A pergunta de Jesus continua actual, e muito mais ainda nesta nossa caminhada de Advento, que podemos considerar como um tempo de deserto.
Que procuramos ver nesta nossa caminhada de Advento? No nosso deserto com quem nos encontramos? Porque a ida ao deserto implica sempre um encontro.
Podemos encontrar a cana agitada pelo vento, a fraqueza das nossas limitações que são agitadas pelas contingências da nossa existência.
Não encontraremos as roupas finas porque nos encontraremos nus ou então apenas cobertos pelas nossas infidelidades e incoerências.
Encontraremos o profeta, ou a sua voz, o apelo à conversão, à mudança de vida, porque no deserto ecoa sempre esse apelo.
E encontraremos sobretudo a força de Deus, a força que nos ajuda a dizer que nem só de pão vive o homem, que só a Deus serviremos porque só Deus tem palavras de vida eterna, que somos filhos de Deus.
 
Ilustração:
“São João no deserto”, de Domenico Veneziano, National Gallery of Art

2 comentários:

  1. Caro Frei José Carlos

    “Que procuramos ver nesta nossa caminhada de Advento? No nosso deserto com quem nos encontramos?” São perguntas que nos desafiam. Certamente, cada um de nós, com a história pessoal que nos acompanha, com projectos de vida diferentes, não deixamos de interrogar-nos sobre o que representa fazer mais uma caminhada de Advento, como desejamos vivê-la, o que esperamos da mesma.
    E, como salienta, ...” a ida ao deserto implica sempre um encontro (...) com “o profeta, ou a sua voz, o apelo à conversão, à mudança de vida, porque no deserto ecoa sempre esse apelo.”...
    Grata, Frei José Carlos, pela partilha da meditação, interessante, profunda e bela, que nos desafia, pela ilustração, por recordar-nos que ...” encontraremos sobretudo a força de Deus”. ...
    Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
    Um bom fim-de-semana. Bom descanso.
    Um abraço mui fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Frei José Carlos,

    Agradeço-lhe a maravilha desta meditação,que partilhou connosco,profunda e cheia de sentido, pois gostei muito.As suas palavras recorda-nos, que encontraremos sobretudo a força de Deus,a força que nos ajuda a viver com mais profundidade esta caminhada do Advento e também pela beleza da ilustração. Como nos O Frei José Carlos,no texto que propôs para reflexão,desafia-no ao apelo à conversão,à mudança de vida para que nos preparemos melhor para a vinda do Deus Menino.Que o Senhor o ilumine o guarde e o abençoe.Votos de um bom fim de semana com alegria e paz.Que tenha tempo para um bom descanso.Bem-haja.
    Um abraço fraterno.
    AD

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