sábado, 14 de abril de 2012

Proclamai a Boa Nova a toda a criatura (Mc 16,15)

Proclamar a Boa Nova a toda a criatura ressoa hoje com uma dimensão de urgência de alguma forma surpreendente. São vários e vastos e domínios que desconhecem a Boa Nova de Jesus Cristo Ressuscitado.
E nesta proclamação estão incluídos o espírito e a carne, o homem em todas as suas mais diversas dimensões e realizações. Nada pode ficar de fora porque Jesus Cristo assumiu toda a realidade humana no seu mistério de encarnação e na ressurreição.
São também objecto desta proclamação da Boa Nova a própria natureza, pois se a ecologia é hoje um movimento importante e urgente na defesa do planeta, ela é também uma manifestação da preservação da natureza que Deus colocou ao serviço do homem e Jesus Cristo também resgatou com a sua morte.
A economia desenfreada, a exploração exaustiva da terra, todos os crimes ambientais, o desequilíbrio entre os recursos naturais e a sua sustentável utilização colocam o homem face a uma catástrofe que mostra o quanto o mesmo homem se afastou do projecto de Deus, da harmonia e equilíbrio que toda a criação divina manifesta.
Anunciar assim a toda a criação a Boa Nova de Jesus ressuscitado é anunciar o equilíbrio e a harmonia que são possíveis, a justiça e a verdade como meios para a construção da paz, o conforto no sofrimento, a urgência de um trabalho comum para a preservação dos recursos e uma sustentável utilização por todos.
Nesta missão segue à nossa frente São Francisco como exemplo, como testemunho que é possível uma proclamação da Boa Nova aos animais e plantas, uma espiritualidade ecológica cristã fundada e fundamentada em Jesus Cristo e na sua acção redentora.
Proclamemos pois a Boa Nova de Jesus Cristo, a alegria da salvação destinada e oferecida a todos os homens e a todas as criaturas da obra da criação, a salvação que ainda é possível a terra mãe em que habitamos.

Ilustração: “São Francisco de Assis”, de Albert Chevallier Tayler.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Li com muito interesse o texto da Meditação que teceu com tanta espiritualidade, beleza e realismo. Muitas vezes falamos da criação do Homem e esquecemos os outros sinais da criação e o que está subjacente a esse ”esquecimento”. A exploração desenfreada dos recursos naturais, particularmente a partir de meados do século XX, para alimentar um modelo de crescimento, que não pode ser chamado de “desenvolvimento”, destinado a sustentar um estilo de vida materialista, em que o ser humano é reconhecido pelo ter, pelo poder, com as consequências ecológicas inerentes a esse modelo, revelam como nos afirma no texto que ...”o homem se afastou do projecto de Deus, da harmonia e equilíbrio que toda a criação divina manifesta”. … O homem serve-se da liberdade que lhe foi dada para utilizar os bens postos à sua disposição para o bem de todos os seres humanos, apropriando-se dos mesmos para o ususfruto de alguns, da forma mais egoísta e injustiça, conduzindo a diversos desiquíbrios.
    Como nos salienta …” Anunciar assim a toda a criação a Boa Nova de Jesus ressuscitado é anunciar o equilíbrio e a harmonia que são possíveis, a justiça e a verdade como meios para a construção da paz, o conforto no sofrimento, a urgência de um trabalho comum para a preservação dos recursos e uma sustentável utilização por todos.”…
    Bem-haja, Frei José Carlos, por nos lembrar que São Francisco de Assis foi precursor na preservação da natureza, o Santo da Ecologia, …” como exemplo, como testemunho que é possível uma proclamação da Boa Nova aos animais e plantas, uma espiritualidade ecológica cristã fundada e fundamentada em Jesus Cristo e na sua acção redentora.”…
    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, por ter abordado a criação como um todo, em todas as suas dimensões, o desastre ecológico provocado pela acção do Homem e das razões para tal, mas deixando-nos a esperança que podemos ainda inverter o caminho seguido, por nos exortar a que “Proclamemos pois a Boa Nova de Jesus Cristo, a alegria da salvação destinada e oferecida a todos os homens e a todas as criaturas da obra da criação, a salvação que ainda é possível da terra mãe em que habitamos”.
    Que o Senhor o ilumine e o proteja. Votos de um bom domingo.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    P.S. Permita-me que partilhe a Oração de São Franscisco de Assis, conhecida como a Oração da Paz.

    ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

    Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
    Onde houver ódio, que eu leve o amor,
    Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
    Onde houver discórdia, que eu leve a união,
    Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
    Onde houver erro, que eu leve a verdade,
    Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
    Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
    Onde houver trevas, que eu leve a luz.

    Ó Mestre, fazei que eu procure mais
    Consolar que ser consolado;
    Compreender que ser compreendido,
    Amar, que ser amado.
    Pois é dando que se recebe
    É perdoando que se é perdoado
    E é morrendo que se nasce para a vida eterna...

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