quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Procura cuidadosamente até encontrar. (Lc 15,8)

Face à crítica dos fariseus e escribas por aceitar comer com os pecadores e os publicanos, Jesus conta a parábola da ovelha e da dracma perdida. Duas parábolas sobre a misericórdia de Deus, o amor de Deus, e o seu desejo de salvar todos os homens.
E se a parábola da ovelha perdida nos coloca diante da loucura do amor de Deus, da desproporção desse amor, pois deixa as noventa e nove ovelhas para procurar apenas uma, a parábola da dracma perdida coloca-nos diante da exigência dessa mesma busca, da sua amplitude.
Tal como a mulher que acende a candeia, que ilumina a casa, que varre e busca cuidadosamente, também Deus vem ao encontro do homem da mesma forma solícita exigente.
E para grande surpresa nossa é nos lugares mais inusitados que Deus se deixa encontrar, ou nos faz encontrar com ele, nos faz descobrir a nossa distância e perdição e o amor que nos tem apesar disso.
Necessitamos descobrir este amor de Deus e dispor-nos a acolhê-lo, necessitamos reconhecer que tal como um bom investidor Deus não está interessado em ter qualquer prejuízo, não está interessado em perder um por cento do seu rendimento.
O rendimento de Deus é o homem vivo, a glória de Deus é o homem vivo, e por isso Deus vem ao nosso encontro, vem em nossa busca, para que não apenas a sua glória seja diminuída mas para que participemos também dela.
Que o nosso coração se disponha a deixar-se encontrar e a partilhar a alegria do encontro com Deus.
 
Ilustração: “Parábola da dracma perdida”, de Domenico Fetti, Gemaldegalerie Alte Meister, Dresden.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    No texto da Meditação que teceu e partilha, bem-haja, ao recordar-nos que Jesus ao “contar a parábola da ovelha e da dracma perdida é sobre a misericórdia de Deus, o amor de Deus, e o seu desejo de salvar todos os homens”, de que Jesus nos fala. (…)
    (…) E para grande surpresa nossa é nos lugares mais inusitados que Deus se deixa encontrar, ou nos faz encontrar com ele, nos faz descobrir a nossa distância e perdição e o amor que nos tem apesar disso.”….
    Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e peçamos ao Senhor …”Que o nosso coração se disponha a deixar-se encontrar e a partilhar a alegria do encontro com Deus.”
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos dão coragem e esperança sempre, e particularmente, nos momentos mais difíceis. Que o Senhor o abençoe e proteja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe de novo o texto de uma oração.

    VISITE-NOS SENHOR A TUA ALEGRIA

    Visite-nos, Senhor, tua alegria. Seja ela o dom que sustém esta hora da nossa vida. Tenha o poder de reedificar o caído, de aclarar a tenda que a noite atribulou, de unir aquilo que a tristeza ou o cansaço
    interromperam. Seja ela o sinal da leveza com que nos vês, a carícia que nos estendes no tempo, o assobio que inaugura as tréguas. Dá-nos, Senhor, neste dia, a alegria como alento revitalizador. Inscreva ela
    em nós o sabor da vida abundante e multiplicada; perfume cada um dos nossos gestos com o outono dos frutos; traga às nossas palavras a luz com que as folhas douram e avermelham os caminhos de uma repentina doçura.

    (In, Um Deus Que Dança, Itinerários para a Oração, José Tolentino Mendonça, 2011)

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