Face à crítica dos
fariseus e escribas por aceitar comer com os pecadores e os publicanos, Jesus
conta a parábola da ovelha e da dracma perdida. Duas parábolas sobre a misericórdia
de Deus, o amor de Deus, e o seu desejo de salvar todos os homens.
E se a parábola da
ovelha perdida nos coloca diante da loucura do amor de Deus, da desproporção
desse amor, pois deixa as noventa e nove ovelhas para procurar apenas uma, a
parábola da dracma perdida coloca-nos diante da exigência dessa mesma busca, da
sua amplitude.
Tal como a mulher que
acende a candeia, que ilumina a casa, que varre e busca cuidadosamente, também
Deus vem ao encontro do homem da mesma forma solícita exigente.
E para grande surpresa
nossa é nos lugares mais inusitados que Deus se deixa encontrar, ou nos faz encontrar
com ele, nos faz descobrir a nossa distância e perdição e o amor que nos tem
apesar disso.
Necessitamos descobrir
este amor de Deus e dispor-nos a acolhê-lo, necessitamos reconhecer que tal
como um bom investidor Deus não está interessado em ter qualquer prejuízo, não
está interessado em perder um por cento do seu rendimento.
O rendimento de Deus é
o homem vivo, a glória de Deus é o homem vivo, e por isso Deus vem ao nosso
encontro, vem em nossa busca, para que não apenas a sua glória seja diminuída mas
para que participemos também dela.
Que o nosso coração se
disponha a deixar-se encontrar e a partilhar a alegria do encontro com Deus.
Ilustração: “Parábola
da dracma perdida”, de Domenico Fetti, Gemaldegalerie Alte Meister, Dresden.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarNo texto da Meditação que teceu e partilha, bem-haja, ao recordar-nos que Jesus ao “contar a parábola da ovelha e da dracma perdida é sobre a misericórdia de Deus, o amor de Deus, e o seu desejo de salvar todos os homens”, de que Jesus nos fala. (…)
(…) E para grande surpresa nossa é nos lugares mais inusitados que Deus se deixa encontrar, ou nos faz encontrar com ele, nos faz descobrir a nossa distância e perdição e o amor que nos tem apesar disso.”….
Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e peçamos ao Senhor …”Que o nosso coração se disponha a deixar-se encontrar e a partilhar a alegria do encontro com Deus.”
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos dão coragem e esperança sempre, e particularmente, nos momentos mais difíceis. Que o Senhor o abençoe e proteja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe de novo o texto de uma oração.
VISITE-NOS SENHOR A TUA ALEGRIA
Visite-nos, Senhor, tua alegria. Seja ela o dom que sustém esta hora da nossa vida. Tenha o poder de reedificar o caído, de aclarar a tenda que a noite atribulou, de unir aquilo que a tristeza ou o cansaço
interromperam. Seja ela o sinal da leveza com que nos vês, a carícia que nos estendes no tempo, o assobio que inaugura as tréguas. Dá-nos, Senhor, neste dia, a alegria como alento revitalizador. Inscreva ela
em nós o sabor da vida abundante e multiplicada; perfume cada um dos nossos gestos com o outono dos frutos; traga às nossas palavras a luz com que as folhas douram e avermelham os caminhos de uma repentina doçura.
(In, Um Deus Que Dança, Itinerários para a Oração, José Tolentino Mendonça, 2011)