segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A oração que não se consegue

 
Não conseguir chegar a rezar, mas desejá-lo, e oferecer esta impotência, é já a oração do Espirito nos nossos corações.
Fabrice Hadjadj, Panorama, Janeiro 2014.

Ilustração: Estátua ao Salvamento na Avenida do Brasil na Foz do Porto.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos, bom dia.
    Tinha acabado de elevar o meu espírito para o perdão desta minha impotência de orar. Abri esta página e eis que obtenho o lenitivo para esta tristeza gerada pela minha tão frágil humanidade. Grata pela sua universal partilha, deixo o meu fraterno abraço, desejando um bom trabalho na alegria do serviço ao Senhor.
    GVA

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  2. Caro Frei José Carlos,

    No peregrinar da vida, alguns de nós vivemos períodos semelhantes, ou sentimos que devíamos rezar mais ou mais frequentemente. Mas, pergunto-me, Frei José Carlos, o que é importante espiritualmente, rezar pouco, profundamente, tentar, no quotidiano, ser coerente com o Evangelho, ou não conseguir rezar, ainda que o deseje, ou orar para cumprir? Por vezes, a oração é silenciosa, é a união espiritual com a Palavra e o sofrimento de Jesus, em que vamos sentindo as lágrimas que caem e que nos libertam, como forma de catarse.
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos questionam, pela ilustração tão pertinente. Que o Senhor o abençoe e o guarde.
    Bom início de semana. Bom descanso.
    Um abraço mui fraterno e amigo,
    Maria José Silva

    P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que volte a partilhar um poema para rezar.

    POBRES E SILENCIOSOS DIANTE DE TI

    Faltam-nos, por vezes, palavras para rezar. Estamos diante de Ti, Senhor, sem saber bem, numa pobreza que dói.
    Abrimos e fechamos as mãos num monólogo mudo, levantamos o nosso olhar estilhaçado, sentimo-nos perdidos
    naquela desmesurada distância da parábola do Filho Pródigo …
    Não te peço, Senhor, que elimines de imediato esta carência. Peço que a ilumines. Que não receemos permanecer pobres e silenciosos, diante de Ti. Fazendo oração com os fragmentos, os retalhos, os soluços … Com o peso daquilo que nos esmaga. Pois é verdade que na hora do sofrimento Tu nos escutas, e na desolação não deixas de ouvir a nosssa voz.

    (In, “Um Deus que Dança”, Itinerários para a oração, José Tolentino Mendonça)

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