É após o baptismo no
rio Jordão e a indicação de João que dois homens começam a seguir Jesus. Pouco mais
tarde é-nos dito que um deles é André, irmão de Simão Pedro. O outro permanece
no desconhecido, sem identificação, assumindo por isso a identidade do discípulo
que Jesus amava.
Estes dois amigos e discípulos
de João Baptista seguem Jesus de longe, timidamente, um pouco envergonhados
pela ousadia de seguirem aquele que afinal desconhecem, de quem apenas sabem
que devem seguir devido à indicação de João Baptista.
Já um pouco afastados
da beira do rio, e certamente devido a algum ruido inadvertido, Jesus volta-se
para trás e descobre-os, encontra-se com eles, surpreende-se, admira-se, e
podemos dizer que se apaixona por eles. E como não podia deixar de ser,
pergunta-lhes: “Que procurais?”.
É sintomática esta
paixão de Jesus face àqueles que o procuram, como também e tão bem podemos
constatar no encontro com o jovem rico. Jesus admira-se e apaixona-se por
aqueles que arriscam segui-lo, por aqueles que começam a procurá-lo com
simplicidade e humildade, até com timidez.
Jesus alegra-se com o
nosso desejo, com o nosso compromisso, com a nossa vontade de ir atrás dele, com
a liberdade e generosidade com que procuramos segui-lo. Jesus não é indiferente
aos nossos passos, aos nossos primeiros passos tantas vezes vacilantes e
incertos.
E quando se apercebe
do nosso caminhar, da nossa busca, não deixa de se voltar, não deixa de se
prontificar a dar-nos uma resposta, a acolher-nos, e invariavelmente pergunta: “Que
procurais?”
Quando nos
prontificamos a seguir Jesus, ele vem ao nosso encontro, dispõe-se a caminhar
connosco, e isso deveria ser uma razão para não temermos segui-lo, para seguirmos
confiantes na sua peugada.
Senhor Jesus, tu vais
à nossa frente, mas como é reconfortante saber que ao mínimo passo nosso te
voltas e colocas ao nosso lado, nos buscas mais que nós te buscamos.
Que mantenhamos essa certeza de que Jesus, " ao mínimo passo se volta e coloca ao nosso lado ",
ResponderEliminaré o que peço a Deus ,cada dia, para mim e os meus amigos. Inter pars
Caro Frei José Carlos,
ResponderEliminarCada palavra do texto da Meditação que teceu e partilha levou-me a reflectir atentamente não só pelo conteúdo mas também pela forma como o faz, pela confiança, pela fraternidade e pela ternura com que nos comunica a Palavra.
Permita-me que transcreva algumas passagens que me tocam especialmente e reconfortam ...” Jesus admira-se e apaixona-se por aqueles que arriscam segui-lo, por aqueles que começam a procurá-lo com simplicidade e humildade, até com timidez.
Jesus alegra-se com o nosso desejo, com o nosso compromisso, com a nossa vontade de ir atrás dele, com a liberdade e generosidade com que procuramos segui-lo. Jesus não é indiferente aos nossos passos, aos nossos primeiros passos tantas vezes vacilantes e incertos.”…
Que importante e recorfortante para a vida de cada um de nós, confiarmos que o Senhor espera por nós, que nos busca mais do que, por vezes, nós O buscamos.
Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
Votos de bom domingo. Bom descanso.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva
P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe de novo o texto de uma oração.
A ESTRADA
DA LIBERDADE
Faz-nos trilhar, Senhor, a estrada da Liberdade. Ajuda-nos a ver nos nossos braços fatigados, asas. Nos obstáculos mais hirtos, desafios que nos modelam. Nos nossos limites de hoje as portas que havemos de transpor amanhã.
Recorda-nos em cada dia que estamos prometidos à imensidão e à transparência. Há uma Arte do Ser que fica muitas vezes ignorada: que nós a descubramos, humildes mas também vibrantes, acreditando-nos amados e por isso capazes de uma plenitude feliz.
Que o sentido da Aventura interior se sobreponha ao nosso modo sonâmbulo e assustado. E depois de termos pedido o pão tenhamos a sabedoria de pedir ainda o desejo e o espanto.
(In, Um Deus Que Dança, Itinerários para a Oração, José Tolentino Mendonça, 2011)