Tudo se passa num
descampado, parece que longe das aldeias mais próximas, a uma hora suficientemente
adiantada para deixar os discípulos bastante preocupados.
É uma multidão que se
encontra ali, e Jesus parece distraído da sua precariedade tão empolgado está
com a pregação, com a palavra que parece ganhar eco naqueles ouvintes.
É face a esta
realidade que os discípulos, preocupados com o bem-estar de todos, se dirigem
ao Mestre e lhe apontam o perigo da situação, convidando-o por isso a enviá-los
embora, de regresso às suas aldeias e às suas casas.
Procuram libertar-se e
libertar Jesus da responsabilidade daquela multidão sofrer e passar mal, quer
seja com fome quer seja com o regresso nocturno a casa. Mas, com esta
preocupação, estão também a ser um obstáculo à pregação de Jesus, à missão do
anúncio da Boa Nova.
E Jesus não o pode
tolerar, não o pode aceitar, pois foi para aquela multidão que ele veio, foi para
as multidões que se quiserem aproximar dele. Jesus não pode mandar ninguém embora.
E se os escolheu a
eles, discípulos, foi para participarem da sua missão, da sua preocupação e
desejo, foi para fazerem a experiência pessoal com ele da congregação, a
experiência da palavra que une e alimenta, que constitui comunidade.
O convite desafiante a
que alimentem aquela multidão é afinal um convite à participação na sua missão,
um desafio ao acolhimento do outro, à partilha da palavra que une e alimenta.
A Eucaristia que
celebramos cada dia continua esse desafio, ao mesmo tempo que continua o
milagre realizado, pois em cada celebração a Palavra continua a querer
congregar-nos e continua a oferecer-se em alimento.
Aprendamos pois com Jesus
a não mandar ninguém embora, a partilhar o nosso pouco pão, a nossa palavra
vacilante, a nossa fé com todos aqueles que se cruzam connosco ou connosco partilham
o desejo e a fome da escuta.
Mais uma vez o apelo à partilha... I.T.
ResponderEliminarCaro Frei José Carlos,
ResponderEliminarNa realidade pouco nos interessa o lugar, a hora e o meio utilizado para o anúncio da pregação quando a Palavra nos toca e é uma mais-valia, fonte de reflexão, que nos questiona, orienta ou conforta.
No episódio relatado, como nos recorda ...” Jesus não pode mandar ninguém embora. E se os escolheu a eles, discípulos, foi para participarem da sua missão, da sua preocupação e desejo, foi para fazerem a experiência pessoal com ele da congregação, a experiência da palavra que une e alimenta, que constitui comunidade.
O convite desafiante a que alimentem aquela multidão é afinal um convite à participação na sua missão, um desafio ao acolhimento do outro, à partilha da palavra que une e alimenta.” …
Na realidade de cada um de nós, com as nossas inseguranças de vária ordem, que o Senhor nos dê a sabedoria e o discernimento para termos a capacidade, o amor e a compaixão a “Aprendermos pois com Jesus a não mandar ninguém embora, a partilhar o nosso pouco pão, a nossa palavra vacilante, a nossa fé com todos aqueles que se cruzam connosco ou connosco partilham o desejo e a fome da escuta”, como nos convida.
Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, profunda, que nos questiona. Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
Bom descanso.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva