Do pavio negro de queimado um traço
errante se eleva,
Um fio de fumo branco serpenteia pelo
ar.
Vamos em paz que o Senhor nos
acompanha!
A Missa terminou!
Saímos de mansinho, fora o vento sussurra
e a chuva
Bate mansa no granito cinzento dos
degraus da igreja.
Dentro, na penumbra ficam os lugares
vazios,
E os santos que do alto nos espreitam
e vigiam,
Cortesãos da glória que nos convidam
e esperam.
Primeira Missa do primeiro dia do ano
novo,
Às primeiras horas da manhã,
silenciosa.
A Virgem Mãe em seu coração contempla
e medita
As histórias dos pastores e os fiéis
madrugadores
Cujos corpos o frio não vergou nem a
noite esgotou.
Humildes, encaracolados nas suas
roupas de inverno
Vieram à bênção do ano novo,
apresentar-se,
Como sentinelas que desde a aurora esperam
o seu Senhor.
Agora regressam aos seus, levando nos
lábios
O perfume do menino que beijaram com ternura.
Regressam carregados com o dom da
bênção recebida
A paz tão desejada ao mundo ainda
adormecido.
Ilustração: Vitral da igreja de Vernier,
Suíça.
Caro Frei José Carlos,
ResponderEliminarProfunda e bela partilha do poema que elaborou sobre a “Missa da manhã do Ano Novo” que nos leva à Solenidade que celebrou mas ao contexto em que a mesma se realizou. Bem-haja. Foi bom soletrar e saborear cada palavra. Que o Senhor o cumule de todas as bênçãos.
Bom descanso.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva
Que bonito, Frei José Carlos! Com que ternura vê os que chegam tão cedinho à missa da manhã, contextualizando-os com o espaço envolvente. Que bem burilou a palavra que se transforma em arte visual. Só um coração feliz pode partilhar connosco estes seus pensamentos.
ResponderEliminarUm fraterno abraço.
Sempre presente,
GVA