terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Revelastes aos pequeninos (Lc 10,21)

Jesus exulta de alegria na sua oração, pois o Pai não se revelou aos sábios nem inteligentes mas aos pequeninos.
Ele próprio se fez pequenino, menino de colo, para que todos se pudessem encontrar com ele, para que todos pudessem fazer essa experiência do encontro com Deus na pequenez.
O nosso Deus não é assim um Deus que assusta ou intimida, não é um Deus que escraviza, não é um Deus que nos coloca à distância, mas um Deus que vem até nós, que se oferece frágil e indefeso.
Como nos custa aceitar esta fragilidade e pequenez, como gostamos do poder e da glória de Deus, como gostamos da nossa própria grandeza e pretensões de poder.
Como é mais fácil viver comos escravos do poder e da glória, nas nossas máscaras que aparentam uma realidade que não existe, uma pessoa que não somos; como é mais fácil viver sob o jugo de um Deus que nos manipula e controla.
E, contudo, o Deus que se nos revela é um Deus menino, o que nos pede é que sejamos pequeninos para vivermos unidos a Ele nas fragilidades que partilhamos.
O Advento é um convite a esta pequenez, ao acolhimento da nossa pobreza e fragilidade, é nela e apenas nela que Deus pode nascer e crescer, fazer-se novamente homem.
Pelo menos hoje vou procurar ser pequenino, vou viver as minhas limitações e fraquezas sem medo nem complexos, porque nelas Deus quer nascer e fazer-se luz transfiguradora.

 
Ilustração:
“Deixai vir a mim os pequeninos”, de Fritz von Uhde, Museu Estatal de Pomerania.

4 comentários:

  1. Também queria ser pequenino, simples, despido de vãs glórias e esperar, junto da gruta de Belém, a vinda do Menino que me fará grande em graça e em verdade. Inter pars

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  2. Frei José Carlos,

    Grata,pela maravilhosa partilha tão profunda que muito gostei.Bem-haja,Frei José Calos .
    Que o Senhor o ilumine o guarde e o proteja. Uma boa semana de Advento.
    Um abraço fraterno.
    AD

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  3. Obrigada, Caro Frei José Carlos, por recordar-nos que ...” O nosso Deus não é assim um Deus que assusta ou intimida, não é um Deus que escraviza, não é um Deus que nos coloca à distância, mas um Deus que vem até nós, que se oferece frágil e indefeso.”... (...)
    E como afirma ...” é mais fácil viver comos escravos do poder e da glória, nas nossas máscaras que aparentam uma realidade que não existe, uma pessoa que não somos”... .
    Grata pela partilha desta profunda e inspiradora reflexão, por exortar-nos a viver com as nossas ...“ limitações e fraquezas sem medo nem complexos, porque nelas Deus quer nascer e fazer-se luz transfiguradora.”
    Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
    Continuação de uma boa tarde.
    Um abraço mui fraterno,
    Maria José Silva

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  4. Realmente é bem mais fácil aparentar grandeza e poder e viver assim, mesmo que ilusoriamente, do que fazer o esforço de se tornar simples , humilde e confiante como a criança que Deus quer ver em nós. Será o trabalho de hoje mas certamente o de todos os dias, pelo menos dos que nos separam do Natal de Jesus. Ir. Teresa,O.P.

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