A violência é eterna, por mais que se faça para a liquidar, não
desaparece, não diminui, apenas se modifica. A quantidade geral da violência mantém-se
sempre igual na terra, enquanto os pensadores tomam o caos das suas
metamorfoses por uma evolução e procuram as suas leis. No entanto, o caos não
tem leis nem evolução, nem sentido, nem objectivo.
Vassili Grossman, “Tudo Passa”, 225.
Ilustração: Escudo português no monumento à Batalha de Vitória aquando
das invasões francesas.
Caro Frei José Carlos,
ResponderEliminarNão precisamos recuar muito no tempo para convivermos na sociedade actual com as mais diversas formas de violência que como diz Vassili Grossman …” não desaparece, não diminui, apenas se modifica”… E, precisamos estar vigilantes em todas as dimensões para não nos deixarmos iludir com propostas ou encenações que nos impedem de descortinar o verdadeiro objectivo … Sem nos fixarmos nas guerras cujos relatos ouvimos e vemos diariamente, vivemos, lado a lado, com as expressões mais diversas de violência, levados pela competição, pela falta de amor, que nos conduzem a uma agressividade sem limites, ficando por vezes imunes às injustiças, ao sofrimento do outro.
Precisamos, Frei José Carlos, de ser capazes de romper este ciclo infernal de violência, de transformar o nosso interior, de não ficar indiferentes, de estabelecer gestos de reconciliação com o nosso próximo, de participar na construção de uma sociedade justa, fraterna, solidária, de paz.
O Papa Francisco recordava-nos no início de 2014 …” que a justiça e a paz começam “em casa” e exigem a “mansidão, a força não-violenta da verdade e do amor”, e apelou a que...“a coragem do diálogo e da reconciliação prevaleça sobre as tentações de vingança, de prepotência, de corrupção”...
Que o Senhor nos dê à nossa vida a sabedoria da paz e saibamos aproveitar este tempo pascal para recomeçar.
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos desinstalam. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o proteja.
Continuação de uma boa semana.
Bom descanso.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva