O juízo sobre o carrasco é só um: ele olha para a sua vítima como se
ela não fosse um ser humano e, ao fazê-lo, o próprio carrasco deixa de ser
homem, mata o homem em si próprio, torna-se o seu próprio carrasco.
Vassili Grossman, “Tudo Passa”, 134.
Ilustração: Fontes do monumento na Rua da Federação em Genebra.
Ao ler este pensamento, o que me impressionou não foi o "carrasco" em si mesmo; foi sim o pensar quantas vezes somos carrascos uns dos outros. Sem guilhotina, sem corda, sem seringa mas derramando ódio, inveja, incompreensão, mentira. Neste tempo de Quaresma meditar na oportunidade deste pensamento e tomar medidas adequadas, é necessidade absoluta. CR1
ResponderEliminarCaro Frei José Carlos,
ResponderEliminarApós uma primeira leitura do “Pensamento do dia” no qual Vassili Grossman nos recorda com profundidade o juízo sobre o carrasco e como o seu comportamento o transforma em vítima de si próprio, “torna-se o seu próprio carrasco”, eu interrogo-me se o ser humano antes de começar a actuar como carrasco relativamento ao outro, ao seu próximo, já não deixou de ser homem, para poder assumir esse papel, e o que pode levar alguém a comportar-se como tal, a revelar o que de pior pode haver em cada um de nós, quando a oportunidade surge, e se faz realidade. Mas esta partilha leva-me mais longe, e considero que muitos de nós pensam no carrasco, como o verdugo, o que inflige castigos físicos… Mas é mais subtil, quando reflectimos sobre o que vamos conhecendo do que acontece no mundo, no passado e no presente, no que nos rodeia, que é a tortura psicológica, não visível…
Que o Senhor nos purifique e ilumine as nossas trevas para que saibamos sempre percorrer o caminho do bem.
Bem-haja, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, que nos desinstalam, que nos desassossegam. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
Votos de um bom dia, com paz, alegria, confiança e esperança.
Bom domingo.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva