Observei várias vezes a flor que partilha e que os conhecimentos rudimentares de botânica que ainda consigo recordar não me permitem classificá-la (boca de leão? ou de lobo?). Mas a tonalidade da mesma e o verde que a rodeia desafia-me para a procura e partilha de um poema em que possamos ir mais além da primavera. Ainda que a primavera que vivemos se mostre, por vezes, cinzenta, podemos apreciar à medida que os dias se sucedem, sinais do que o Criador nos oferece e se renova. Grata, Frei José Carlos, pela bela partilha que nos interroga e consola. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde. Votos de um bom Domingo de Ramos na Paixão do Senhor. Bom descanso. Um abraço mui fraterno e amigo, Maria José Silva
1
Olho a oriente/com os pés no ocidente./Que palavra leve!
2
Trepa a primavera/pelo perfume lilás/a cobrir o muro.
3
Desperta a noite;/o orvalho enche a manhã./Um cheiro a saudade.
4
Hera pelo muro/rastejando palmo a palmo – /o verde e o viço.
5
Ao abrir do sol,/se espreguiça o amarelo/pelas maravilhas.
6
Na outra colina,/do lado de lá do ver,/é que os sonhos pastam.
Luísa Freire In O tempo de perfil, ed. Assírio & Alvim
Caro Frei José Carlos,
ResponderEliminarObservei várias vezes a flor que partilha e que os conhecimentos rudimentares de botânica que ainda consigo recordar não me permitem classificá-la (boca de leão? ou de lobo?). Mas a tonalidade da mesma e o verde que a rodeia desafia-me para a procura e partilha de um poema em que possamos ir mais além da primavera. Ainda que a primavera que vivemos se mostre, por vezes, cinzenta, podemos apreciar à medida que os dias se sucedem, sinais do que o Criador nos oferece e se renova.
Grata, Frei José Carlos, pela bela partilha que nos interroga e consola. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
Votos de um bom Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.
Bom descanso.
Um abraço mui fraterno e amigo,
Maria José Silva
1
Olho a oriente/com os pés no ocidente./Que palavra leve!
2
Trepa a primavera/pelo perfume lilás/a cobrir o muro.
3
Desperta a noite;/o orvalho enche a manhã./Um cheiro a saudade.
4
Hera pelo muro/rastejando palmo a palmo – /o verde e o viço.
5
Ao abrir do sol,/se espreguiça o amarelo/pelas maravilhas.
6
Na outra colina,/do lado de lá do ver,/é que os sonhos pastam.
Luísa Freire
In O tempo de perfil, ed. Assírio & Alvim