sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ao saltarem para terra viram brasas acesas. (Jo 21,9)

Jesus ressuscitou e aparece aos discípulos por diversas vezes. Não são acontecimentos extraordinários, acontecimentos que deixam de tal modo perturbados os discípulos que os encontramos numa outra situação de vida.
Bem pelo contrário, e o facto de os encontrarmos encerrados em casa ou já na sua faina diária da pesca é bem sinal disso. Jesus aparece na normalidade do quotidiano, das situações diárias da vida, como quando estão fechados em casa com medo ou quando já regressaram ao seu ritmo de trabalho habitual.
Contudo, se há alguma realidade extraordinária nas aparições de Jesus é a sua antecipação aos acontecimentos, a sua presença anterior aos mesmos acontecimentos da aparição, como se verifica quando Jesus aparece na margem do lago.
Após uma noite longa de trabalho e sem qualquer recompensa, os discípulos enfrentam o desânimo e o cansaço quando raia a manhã, quando se torna possível para o discípulo amado ver que o Senhor está na margem.
Jesus vem em socorro dos seus amigos e não só lhes proporciona uma pesca numerosa, como lhes prepara a refeição, pois ao saltarem em terra encontram um braseiro aceso e nele peixe assado e pão preparado.
Uma vez mais Jesus mostra que caminha à frente deles, que está presente ali, mas está também mais além, naqueles lugares aos quais devem ir, nos quais os espera na margem após uma noite de trabalho e fadiga.
Jesus precede os discípulos, precede-nos a cada um de nós, nos caminhos da vida, e nesse preceder vai preparando o que necessitamos para retemperar as forças, para não nos deixarmos vencer pelo cansaço ou pelo desânimo.
Onde quer que seja que saltemos, qualquer que seja a margem, Jesus está lá à nossa espera, com o seu amor e com o braseiro aceso, o pão e o peixe preparados. Esta garantia, que os discípulos puderam experimentar e testemunhar devia animar a nossa esperança e o nosso esforço, devia animar a nossa ousadia no testemunho da fé que professamos em Jesus Cristo.
Que o Senhor nos conceda o amor que permitiu ao discípulo amado reconhecê-lo na margem do lago e a Pedro lançar-se ao seu encontro.

 
Ilustração: “A pesca milagrosa”, de Lluis Borrassá, San Pere, Terrasa.

1 comentário:

  1. Caro Frei José Carlos,

    Como nos recorda, não nos devemos deixar levar pelo sentimento do cansaço e da desilusão. O Senhor vista-nos a qualquer momento, como aconteceu com os discípulos. Como nos afirma ...” Jesus precede os discípulos, precede-nos a cada um de nós, nos caminhos da vida, e nesse preceder vai preparando o que necessitamos para retemperar as forças, para não nos deixarmos vencer pelo cansaço ou pelo desânimo.”…
    Saibamos inspirar-nos na experiência vivida pelos discípulos e estejamos abertos a acolher a surpresa que se renova todos os dias.
    Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e peçamos “Que o Senhor nos conceda o amor que permitiu ao discípulo amado reconhecê-lo na margem do lago e a Pedro lançar-se ao seu encontro”.
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, que nos dão confiança e conforto e que nos ajudam a continuar a caminhada.
    Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e o guarde.
    Votos de um bom fim-de-semana com paz, alegria, confiança e esperança.
    Bom descanso.
    Um abraço mui fraterno e amigo,
    Maria José Silva

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