Uma vez mais Jesus
dirige-se aos judeus e procura convencê-los da sua identidade divina e da sua
missão, eles que não o reconheciam nem o aceitavam apesar dos sinais já
presentados.
Podemos dizer que numa
última tentativa Jesus recorre ao testemunho de João Baptista, ao testemunho do
profeta do deserto a quem os mesmos judeus tinham enviado emissários para saber
quem deviam esperar, em quem deviam acreditar.
Contudo, nada nem
ninguém parecia vencer a incredulidade daqueles homens, nem as palavras de
João, nem os milagres e as curas, nem os próprios textos religiosos que
atestavam uma promessa e os sinais para o discernimento da sua realização.
Perante a cegueira
daqueles homens e a relatividade dos testemunhos dos outros, não resta alternativa
a Jesus senão afirmar-se e fundamentar-se na sua acção, nas suas obras, na
novidade que está em desenvolvimento. Terão que ser as obras a provocar a alteração,
a possibilitar a mudança pela própria novidade e força intrínsecas, e pela
íntima relação com a vontade do Pai.
Esta convicção de
Jesus apresenta-se para nós como um desafio, e também um conforto, uma vez que
terão que ser as nossas obras, na sua novidade e possibilidade transformadora e
na relação divina, que hão-de alterar a realidade, modificar as convicções
daqueles com quem nos cruzamos.
As obras que
realizamos deviam despertar para a novidade da acção de Deus, deviam conduzir à
alegria da contemplação do amor de Deus actuando na história e na vida de cada
um de nós. Para tal necessitamos, antes de mais, deixar-nos nós próprios abrir
à acção de Deus, ao seu testemunho activo na nossa vida.
A convicção de Jesus
no poder e testemunho das suas obras radicava na experiência do amor de Deus,
na filiação divina que experimentava. Também nós na mesma medida da experiência
do amor e da filiação poderemos dar testemunho pelas nossas obras.
Ilustração: Os
fariseus interrogam Jesus, de James Tissot, Brooklyn Museum.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarNo nosso peregrinar como precisamos revisitar a nossa relação com Jesus e avaliar a coerência do que pensamos ser e a nossa prática quotidiana, sem espaço para grandes reflexões, ou melhor com receio de irmos à análise profunda do nosso ser, do que guardamos profundamente sem ousar percorrer o caminho interior do nosso labirinto. Que fácil e difícil este despojamento, Frei José Carlos. E este processo acompanha-nos a vida inteira, e se o percurso quaresmal devia levar-nos à humildade desta reflexão, ao reflorescimento, ao abrir do coração para acolher Jesus, a coerância da Palavra do Evangelho que escutamos com os nossos gestos, as nossas palavras e acções, devia fazer parte do nosso caminho diário.
Como nos salienta no texto da Meditação que teceu, …” Terão que ser as obras a provocar a alteração, a possibilitar a mudança pela própria novidade e força intrínsecas, e pela íntima relação com a vontade do Pai.
Esta convicção de Jesus apresenta-se para nós como um desafio, e também um conforto, uma vez que terão que ser as nossas obras, na sua novidade e possibilidade transformadora e na relação divina, que hão-de alterar a realidade, modificar as convicções daqueles com quem nos cruzamos.”…
Grata, Frei José Carlos, pela partilha profunda, por incentivar-nos a …” antes de mais, deixar-nos nós próprios abrir à acção de Deus, ao seu testemunho activo na nossa vida.”
Que o Senhor o ilumine, o guarde e o proteja.
Bom descanso.
Continuação de boa semana.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva