Vigilância, sempre a vigilância, esse estado de atenção e espera, de expectativa e desejo. Vigilantes, felizes os vigilantes encontrados a vigiar.
Para Jesus Cristo é uma disposição habitual, é um estado constante, uma disposição que ele recomenda veementemente aos seus discípulos. Não há seguimento sem vigilância, uma vez que o seguimento é um aferir constante da fidelidade ao princípio, aos meios e ao fim. Vigiamos enquanto prosseguimos no caminho da fidelidade para não nos perdermos nem esquecermos de onde vimos e para onde vamos.
Vigilância na fé, no aprofundamento esperançado e confiante do dom de Deus, vigilância nas obras, no serviço prestado aos outros, porque no serviço se afere a profundidade da fé e a fidelidade ao mandamento. “Assim, como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta” (Tiago 2,26).
Não são obras extraordinárias, obras que nos acarretam sacrifício, ou das quais nos possamos desculpar por falta de tempo ou de forças; bem pelo contrário, são as obras do nosso dia a dia, as obras simples da nossa condição humana, gestos, palavras, acções, favores, obras simples mas transfiguradas pelo dom do amor, pelo sinal da gratuidade, do sem preço de retorno.
Nestas obras totalmente gratuitas, totalmente desinteressadas, a acção adquire um perfume de sobrenaturalidade, uma dimensão divina que liberta não só aquele que a realiza mas também aquele que é o objecto da acção e da obra.
Se formos fiéis e nos mantivermos vigilantes, no dia do encontro com o Senhor, no momento da sua chegada, levando connosco apenas o dom da fé e os frutos da caridade encontraremos e seremos recebidos de braços abertos por Aquele que desde sempre também vigilante nos espera.
Boa noite Frei José Carlos,
ResponderEliminarAo referir-se a "obras simples mas transfiguradas pelo dom do amor, pelo sinal da gratuidade, do sem preço de retorno.",
como estimula os que se interrogam constantemente sobre a validade da sua doação, ainda que cientes de que não é por protagonismo nem por reconhecimento público, mas antes por reconhecer o rosto de Deus na face sobre a qual nos curvamos.
Tenha uma santa noite,
GVA
Frei José Carlos,
ResponderEliminar“Permanecer Vigilante” lembrava-nos a propósito da partilha que escrevera em 17 de Setembro p.p. em que nos recordava um excerto do “ O Poeta e A Cruz”, de Paul Claudel ... “Estou só com Cristo, e no mundo não há mais nada que lhe faça concorrência. Ah, estou bem tranquilo, tenho muito tempo ainda diante de mim, antes que a manhã venha empalidecer estas longas janelas.” (…) “Basta perseverar com toda alma, arder pobre e fielmente como essa chama aguda e hesitante, aos pés do Senhor.”
Hoje vem recordar-nos que …”Não há seguimento sem vigilância, uma vez que o seguimento é um aferir constante da fidelidade ao princípio, aos meios e ao fim” … e que a “Vigilância” é …”na fé, no aprofundamento esperançado e confiante do dom de Deus, vigilância nas obras, no serviço prestado aos outros, porque no serviço se afere a profundidade da fé e a fidelidade ao mandamento.”
Também nos salienta que …”Não são obras extraordinárias, obras que nos acarretam sacrifício, ou das quais nos possamos desculpar por falta de tempo ou de forças; bem pelo contrário, são as obras do nosso dia a dia, as obras simples da nossa condição humana, gestos, palavras, acções, favores, obras simples mas transfiguradas pelo dom do amor, pelo sinal da gratuidade, do sem preço de retorno.”
Obrigada por esta bela partilha, pelo conteúdo, pela estética literária e ilustrativa, e particularmente pela mensagem de esperança que nos deixa, que nos conforta e encoraja sempre mas particularmente quando nos sentimos exaustos e desanimados … “Se formos fiéis e nos mantivermos vigilantes, no dia do encontro com o Senhor, no momento da sua chegada, levando connosco apenas o dom da fé e os frutos da caridade encontraremos e seremos recebidos de braços abertos por Aquele que desde sempre também vigilante nos espera.”
Bem haja, Frei José Carlos.
Um abraço fraterno, MJS